terça-feira, 22 de maio de 2012

Rute: Decisões sábias na hora difícil!

(Rute 1:1-9, 6-17)

Rute, uma moabita que nos ensina a arregaçar as mangas e seguir a vontade de Deus, mesmo nas horas difíceis. As famílias em Israel dependiam da terra. Na época de seca, a lavoura não produzia e as pessoas passavam por períodos de grande fome. Muitos deixava sua terra para viverem em outros lugares. Você já teve algum apego ao lugar onde mora? Existem lugares especiais para algumas pessoas e deixá-los é uma atitude muito difícil e dolorosa. Em Israel, esse tipo de preocupação era ainda maior, porque a terra havia sido dada por Deus. Como é difícil quando fazermos tudo certo, conforme a vontade de Deus e, ainda assim, o resultado não sai como gostaríamos que saísse. Quando fazemos errado, por mais que não gostemos do resultado, até entendemos. As famílias de Israel tinham que lidar com esse tipo de revés quando a fome se estabelecia. E, para essas famílias, era como se elas estivessem saindo do plano de Deus, abrindo mão deste plano para viver outra história. E assim fez Elimeque. Saiu com sua família de Judá e foi morar numa terra estrangeira, Moabe. Seus dois filhos casaram-se com moças moabitas, Orfa e Rute. Passado o tempo, morreram Elimeleque e seus dois filhos. Noemi ficou com as duas noras, todas viúvas, numa época em que mulher só era gente se tivesse pai ou marido. As três mulheres ficaram desprotegidas. Um dia Noemi decidiu voltar para Judá, mas como não tinha perspectiva, não quis levar as duas noras. Como eram jovens, poderiam casar-se novamente e reconstruírem a vida.
1. Na hora difícil não seja egoísta. Orfa concorda e volta para sua família. Rute não quis voltar e sua convicção produziu uma das pérolas mais lindas das histórias de declarações de amor que já foram feitas. Respondeu à sua sogra: “não insistas para que eu te deixe; aonde fores eu irei, onde morreres morrerei e ali serei sepultada; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus e que o Senhor me discipline com todo rigor se outra coisa que não a morte me separar de ti”. Rute não era egoísta. Não pensava só em si, tinha valores em seu coração que ultrapassavam suas próprias necessidades. Órfa era normal, percebeu que precisava cuidar de si. Rute era do tipo que não olhava apenas para si. Por mais que a hora difícil falasse para cuidar de si, ela não fez isso. Na hora difícil, pensamos em nós, qualquer pessoa faria isso, mas Rute não era qualquer pessoa. Já era uma mulher de Deus e com princípios diferentes em coração. Quando ela disse “o teu Deus será o meu Deus”, ela sabia que Deus era esse. A hora difícil diz para pensarmos em nós mesmos, mas quando Deus é o centro da nossa vida - e não o nosso “eu” – é o momento de investirmos nos nossos relacionamentos, nos unirmos aos que estão ao nosso lado, termos unidade, porque quem vai à frente nessa hora é o nosso Deus. Seu casamento não está indo bem? Não é hora de separar! Seu filho está te dando desgosto? Não é hora de abandoná-lo! A amiga está dando desgosto? Não é hora de romper com ela! E Noemi não era fácil, estava tão angustiada que chegou a mudar seu nome de Noemi para “Mara”, que significa pessoa amarga. Mas Rute não era do tipo que diz “vou me distanciar de pessoas amargas e cuidar de mim”. Ela era do tipo que diz “Deus vai cuidar de nós”.
2. Na hora difícil arregace as mangas. Elas voltam para Judá, e Rute começou a trabalhar numa plantação, pegando o que os trabalhadores deixavam cair no chão. Quando a colheita era feita, o que caia no chão não podia ser colhido; era para os pobres recolherem para ter o que comer. Na hora difícil temos que arregaçar as mangas. Quando deprimidos, queremos ficar num quarto escuro, deitados e sozinhos. Isso só faz piorar as coisas. Hora difícil exige que façamos mais do que fazíamos, é a hora de surgirem a criatividade e as oportunidades. A palavra crise tem dois significados: problema ou oportunidade. Na crise encontramos novos caminhos. Rute foi trabalhar e descobriu que Deus foi à sua frente, pois Boaz, o dono da propriedade, a olha com interesse e pede para que os trabalhadores a ajudarem. Quando arregaçamos as mangas, Deus sempre põe alguém dele para nos ajudar, abrindo porta que não imaginávamos.
3. Na hora difícil saiba ouvir. Quando Rute volta pra casa, conta para Noemi que trabalhou numa propriedade de Boaz. Noemi fica muito contente e diz que ele é meio parente dela, e que talvez ele seja o resgatador da sua família. Israel tinha uma legislação interessante: quando uma mulher ficava viúva e sem filhos, um membro da família do marido tinha obrigação de resgatá-la, casando-se com ela e tendo filhos, não para deixar descendência para si próprio, mas para o outro. Noemi começa a arquitetar um plano, para que Boaz ficasse interessado por ela e a resgatasse. Rute obedece, aceita a orientação. Na hora difícil é preciso ouvir os outros. Não seja orgulhosa. A Bíblia diz que “é na multidão de conselhos que mora a sabedoria”. Você está vivendo uma hora difícil? Aceite conselhos.
4. Na hora difícil não perca e esperança. Rute vai até Boaz e lhe diz que talvez ele seja o seu resgatador. Mas ele diz que não, pois existe outra pessoa na frente. Rute o escuta e pergunta o que ela tem de fazer. Então ele vai conversar com o provável resgatador e, caso este renunciasse ao resgate, Boaz assumiria. E foi o que aconteceu. Aprendemos quatro lições com Rute: 1º, ela não deveria ser egoísta e não o foi; 2º, não deveria ser preguiçosa e não o foi; 3º, não deveria ser orgulhosa e não o foi; e 4º, Rute não deveria perder esperança e não perdeu. Ao contrário, nos ensinou que de Deus podemos esperar sempre o melhor: depois de tanto sofrer, casou-se com um membro da elite do povo de Deus. Com ele teve um filho, Obede, que foi pai de Jessé, e este, pai de Davi. Essa moabita que estava fora do plano, agora era bisavó do rei Davi. Deus tem algo para você, que você não imagina. Na hora difícil, não perda as esperanças. Na hora difícil, talvez não seja uma saída do roteiro, mas uma entrada no roteiro.

Mensagem pregada no culto das mulheres do dia 09.05.2012 pelo Pr. Marcelo Gomes da 1ª IPI de Maringá.

Dalila - A força de um jeito errado!

(Juízes 16:4-7 e 16:15-22)

Para entendermos a importância e o papel de Dalila, precisamos relembrar a história de Sansão. Filho de um casal da tribo de Dã teve seu nascimento profetizado por anjos, os quais disseram aos seus pais que Sansão seria grande homem, pois nele estaria o Espírito do Senhor. Ele livraria Israel da opressão dos filisteus, grandes inimigos de Israel. Sansão nasceu e seus pais fizeram o que o anjo havia orientado: criaram o menino debaixo do voto de nazireu, ou seja, o menino não cortaria o cabelo, não tomaria vinho nem bebida forte. Quando Sansão ficou jovem, ficou rebelde e começou a entrar em crise com esse seu chamado. A primeira decisão de rebeldia de Sansão foi casar-se com uma mulher do povo filisteu. Seus pais não concordaram com essa decisão, queriam que ele se casasse com uma israelita. Mas ele foi contra seus pais e contra a orientação de Deus. Certo dia um leão avançou em Sansão e ele o matou com as próprias mãos. Numa viagem, ele cruzou com a carcaça do leão que havia matado e viu uma colméia (com mel) na carcaça do animal.  Na cerimônia de casamento, querendo desafiar os familiares da noiva, lançou um enigma: “o que é forte e ao mesmo tempo suave?”, utilizando-se da imagem que tinha visto da colméia sobre o leão morto. E apostou que os convidados da noiva não adivinhariam. Caso adivinhassem, Sansão daria 30 peças de roupas para eles. Do contrário, dariam 30 peças de roupa para Sansão. Como as pessoas não adivinharam o enigma e começaram a se irritar – brincadeira só é legal no começo – eles forçaram a noiva a descobrir o enigma. Se ela não contasse, colocariam fogo na propriedade dos pais dela. A moça, então, pressiona Sansão para revelar o segredo, até que consegue: “era o mel na boca do leão”, diz ele. Sansão logo percebeu que a noiva tinha contado o segredo. Aí, ele matou trinta filisteus, tirou-lhes a roupa e entregou aos rapazes. E sumiu na vida. Mais tarde ele se arrependeu e voltou para ver sua esposa e ficar com ela. Quando chegou, o pai dela disse que ela havia se casado com o padrinho de honra. Sansão ficou tão bravo que caçou trezentas raposas, colocou fogo na cauda delas e as soltou na plantação dos filisteus, que ficaram muito bravos. Sansão foi então para uma caverna, onde ficou por vários dias, até que foi descoberto, amarrado e entregue aos filisteus. Nesta hora Sansão arrebentou as cordas e matou mil filisteus. Aí os israelitas começaram a valorizá-lo e ele acabou sendo líder do povo, cargo que ocupou por vinte anos.
Um dia Sansão foi a um prostíbulo numa cidade filistéia, Gaza. Os filisteus ficaram sabendo e fecharam as portas da cidade, e pensaram que, quando ele tentasse sair, eles o matariam. Mas Sansão levantou de madrugada, arrancou a porta e saiu com ela nos ombros. Passado esse episódio, 20 anos depois de seu casamento, Sansão conheceu Dalila e por ela se encantou. Ela era uma israelita do vale de Soreque - região perto de Dã – cujo nome, em hebraico, significa “mulher dócil”.
Dalila era uma moça comum que morava em terras de Israel. Quando ela apareceu na vida de Sansão, era como se o que ele quisesse era reconstruir a sua vida, não queria mais viver à sombra daquele casamento terrível. Assim, passou a viver com essa moça. Um dia Dalila foi visitada por lideres filisteus, que lhes oferecem dinheiro – 65 quilos de prata – para descobrir o segredo da força de Sansão. Ela estava diante de uma oferta gigantesca. Quando Dalila lhe perguntou qual o segredo da sua força, certamente ele se lembrou do episódio em que foi traído pela noiva no casamento há vinte anos, e resolveu mentir para ela. Por três vezes a cena se repete: ela pergunta e ele mente - cada vez uma mentira mais elaborada. Mentiras são assim, as primeiras são simples, as últimas são bem preparadas. Quem mente, sempre precisa de uma mentira mais elaborada para sustentar a fragilidade das outras. Quando os filisteus chegavam, Sansão se levantava e acabava com tudo. Essa mulher desesperou, chorou e insistiu com ele diariamente. Até que um dia ele cansou e lhe contou o segredo: que era nazireu e se o cabelo dele fosse cortado, sua força iria embora. Já estava esgotado das suas insistências. Como diz na Bíblia, em Provérbios, “é melhor viver no meio dum deserto do que com uma mulher rixosa”. À noite, enquanto dormia, Dalila cortou-lhe os cabelos e quando os filisteus chegaram, ele se levantou pensando que se livraria como das outras vezes, mas acabou sendo vencido, porque não sabia que o Espírito Santo o havia deixado. É deprimente que alguém tenha sido abandonado e não tenha dado conta disso. Você já sentiu isso? Já saiu de perto de uma pessoa que nem notou que você estava ali? Os filisteus furaram os olhos de Sansão, o amarraram, e o levaram para rodar no moinho como se fosse aquele jumento de cuja carcaça ele se utilizou para matar os mil filisteus. Um homem que Deus escolheu para ser um libertador do seu povo, girando uma pedra de moinho como se fosse um animal qualquer... Os filisteus, então, reinaram naquela região, já que o juiz de Israel estava preso. Um dia, enquanto festejavam a hegemonia filistéia, colocaram Sansão (cujos cabelos já haviam crescido) no meio deles para bater e zombar dele. Dizendo que estava cansado, pediu para se apoiar numa coluna. Quando abraçou-se às colunas de sustentação fez sua ultima oração: “Senhor dá-me uma ultima rajada de força para que eu Te sirva e sirva ao Teu propósito”.  Nisso ele grita ”que eu morra com os filisteus e derrube aquelas colunas!”. E morre todo mundo. Triste fim do homem mais cheio de potencial de toda história da humanidade.
Aí, voltamos os olhos para Dalila, que foi o único lampejo, o único ponto de luz que esse homem viu em toda sua trajetória, o único momento em sua vida que ele quis ser um homem direito. Essa mulher foi escolhida por Sansão para ser a rainha do seu povo. Era com ela que ele queria regularizar sua vida e esquecer suas mágoas. Mas ela arrebentou a vida dele. Que mulher é essa? Mais forte do que o homem mais forte que já nasceu! Que força é essa, que essa mulher tinha? Catalisou as carências e ansiedades que ele tinha e usou tudo isso contra ele, a fim de destruí-lo. Traiu seu povo e vendeu a alma por 65 quilos de prata. Ela fez o que mil filisteus não foram capazes de fazer. Essa mulher na vida de Sansão foi Davi na vida de Golias: o gigante filisteu que nunca tinha sido derrotado em batalha caiu diante de um jovem com estilingue, sem armadura, que nunca lutou em batalha alguma. O que Davi fez contra Golias uma revanche do que a Dalila fez com Sansão. Quem era ela? 1º) Uma mulher que não se casou por amor, mas por posição, porque ela não amava Sansão; usava seu amor para manipulá-lo. 2º) Uma mulher subornável, que recebeu visitas de líderes filisteus e com eles fez acordos. 3º) Uma mulher ardilosa, insistente que montou uma estratégia e levou-a até o fim. 4º) Uma mulher insensível, porque viu o seu companheiro sendo preso, ferido e compactuou com isso. Que aconteceu no coração dela? O que acontece no meu coração e no seu coração quando:
1. O “ter” nunca se satisfaz. Para Sansão ela era a única mulher capaz de fazer reviver alguma alegria e amor no seu coração. Um homem ferido, machucado e que por 20 anos viveu de prostíbulo em prostíbulo, carregando mágoas e ressentimentos de uma relação que não deu certo. Essa mulher era a chance de uma nova vida, mas ela queria poder e não amor. Queria realizar sonhos e desejos e não desfrutar de um relacionamento profundo. Ela não pensou no que aquele homem estava projetando na sua vida e no quanto Deus poderia usá-la na vida dele, mas na posição que ocuparia ao lado dele. Quando foi subornada, sua alma já estava à venda, só faltava aparecer um comprador. Tem almas que estão à venda, e a questão é juntar a vontade de vender e a vontade de comprar. Dalila era uma mulher que queria “ser” famosa, importante, queria desfrutar do bom e do melhor, se encantava com as “vitrines” da vida. Para ela, o “ter” se tornou mais do que o “ser”. Judas viveu drama semelhante. No começo era bom ser da turma de Jesus, protagonizar com Jesus aqueles milagres. Mas houve um momento na vida de Judas em que ser da turma de Jesus não era tão vantajoso quanto vender Jesus. Dalila é o Judas do AT. Por isso que o nome “Dalila” virou sinônimo de traição, assim como “Judas”.
“Ter” é mais importante no nosso coração quando as pessoas são prá nós caminhos de realização e não oportunidades de uma troca verdadeira.  Quando olhamos para a pessoa a partir do que ela pode oferecer e não do que podemos construir juntos, o “ter” é mais importante do que o “ser”. Quando o fato de eu “ser” amada não me importa, porque eu não tenho o que eu gostaria de “ter”, o “ter” é mais importante do que o “ser”. Quando não há o que um homem faça para agradar uma mulher, ela sempre quer mais, o “ter” é mais importante do que o “ser”. Para o “ter” não há limites. Quando o diabo oferece para Jesus todos os bens e glória desse mundo, Jesus diz “não” porque sabe que quem vende a alma, não vale preço algum. O Barão de Itararé disse que “todo homem que se vende recebe sempre mais do que vale”. Importa quem a gente é diante de Deus e também diante dos outros.
2. Entre a “possibilidade de ter” e o “ter propriamente” só tem ansiedade. O “ter” nunca se basta, o “ter” angustia. Dalila era ansiosa e obcecada. Quem insiste e fala na mesma coisa todos os dias é porque está consumido pela ansiedade. Deixou de confiar em Deus e acha que a vida depende dessa pessoa. Quando confiamos em Deus, oramos todos os dias. Quando o “ter” é mais importante do que o “ser”, a ansiedade toma conta, porque o medo é de não “ter”. Agora Dalila tem uma crise: se Sansão não voltar para ela, não ganha os 65 quilos de prata. Quando uma pessoa começa a questionar Deus porque Ele está demorando, o “ter” é mais importante que o “ser”. “Quem eu sou” não questiona a Deus. Questiona a Deus o que eu quero “ter”. Deus não demora em relação à “quem eu sou”, Deus demora em relação ao “quem eu desejo”, porque eu tenho um desejo e Ele não resolve. Aí, me canso de esperar por Ele e faço com as minhas próprias forças e esqueço de Deus. Dalila não quer a Deus, mas o segredo de Sansão e repete isso todos os dias. Se você já contou para mil pessoas o seu problema e não resolveu, pare, ore, entregue e descanse na presença do Pai.
3. Desgraça é quando a gente tem o que quer, depois de toda essa novela. Há um provérbio chinês que diz: “cuidado com o que você deseja, porque isso pode se realizar”. A Dalila, na Bíblia, só aparece no capítulo 16 e depois nunca mais. A vida dessa mulher acabou depois que Sansão foi preso. Tem pessoas que pensam que vão resolver sua vida para sempre, em uma única e determinada vez. Todavia, pode estar destruindo a sua vida para sempre. A única pessoa que pode resolver a sua vida para sempre é Jesus. Apostar em qualquer outra coisa é “fria”. Dalila apostou em 65 quilos de prata e nós, estamos apostando no que? Só tem um desejo que resolve, o desejo de Deus. Por isto o salmista diz: “deleita-te no Senhor e Ele concederá os desejos do teu coração.” A palavra “deleita” literalmente significa “faça de Deus o seu maior prazer”. Deleite é isso. Você se deleita com uma coisa porque ess coisa te traz todo prazer. Faça de Deus o seu prazer absoluto e Ele vai te dar tudo o que você deseja, vai te saciar e o resto, será conseqüência. Busque ao Senhor, entregue tudo e descanse. Pare de insistir naquilo que é Deus quem tem que dar. Lute, mas lute com as armas da fé. Dalila não lutou com as armas da fé, ela lutou com as suas próprias mãos e jogou tudo fora por 65 quilos de prata.

Mensagem do culto das mulheres do dia 02 de maio de 2012 pregada pelo Pr. Marcelo Gomes - 1ª IPI Maringá.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

A vida de Noemi - O Plano Perfeito!


(Rute 1:1-10)

O texto bíblico fala muito com quem anseia por um plano perfeito na vida: equilíbrio, felicidade, bem estar, qualidade de vida. Apesar de Noemi ter tido tragédias e perdas em sua vida, ela é referência de um plano perfeito de Deus para nossa vida. O que, de fato, constitui um plano perfeito para nossa vida? Para a sociedade, o plano perfeito não inclui tristezas, lágrimas, doenças, desemprego, problemas financeiros, envelhecimento... Um plano perfeito para o mundo é aquele quando se tem boa renda, realização profissional e belezas. Noemi desejou tudo isto. Era uma pessoa normal. No entanto, há algo especial em Noemi que a torna uma referência para todos nós:

1. Apesar de sofrer com as perdas, teve uma postura séria e comprometida. Noemi cresceu em Belém, tinha amigas, vizinhos e parentes, mas uma seca e uma carestia em Belém obrigam Noemi, seu marido e seus dois filhos irem para outro país. Lá seu marido morre, seus dois filhos morrem, mas Noemi não perdeu sua submissão a Deus. Sempre enxergou a soberania do Senhor na sua vida. Não se entregou. Pelo contrário, continuou lutando. Todos nós já perdemos alguém querido, já experimentamos o luto. É uma fase difícil na vida. No início não aceitamos a perda. Em seguida passamos por uma fase de barganha e começamos a negociar. “Ah, se eu tivesse ido lá”; “se eu tivesse ouvido o conselho daquela amiga”; “se eu não tivesse me metido nessa amizade”... Depois passamos para a fase da ira, disparando culpas a todos os que nos rodeiam. Chega a fase depressiva, quando invertemos a metralhadora e começamos a nos culpar, espalhando culpas. “Por que fiz isso?”. Finalmente vem a aceitação, quando, pela graça de Deus aceitamos os Seus desígnios. Perdemos sim, mas como cristãos sabemos que ganhamos e perdemos no Senhor. E por que Deus tem um plano melhor, aceitamos aquilo como parte da presença e da ação de Deus na nossa vida. Noemi não desistiu da vida por causa das perdas, era uma mulher emocionalmente saudável. Era alguém que enxergava a vida na perspectiva de Deus e via um plano perfeito dEle para a sua vida.

2. Apesar de sogra, viveu como uma mãe amorosa para suas noras. Sogra é uma figura folclórica e quase sempre alvo de piadas, mas Noemi era uma sogra com testemunho de quem vive na contra mão da história que todos conhecemos. Ela nos ensina que é possível viver uma vida diferente dos modelos que encontramos nos relacionamentos. Seu testemunho de mulher exemplar começa quando ela abençoa os casamentos dos seus dois filhos. Muitas mães inseguras – dominadoras e possessivas – desenvolvem relacionamentos com seus filhos como se fossem donas deles. Isto vai gerar insegurança nos filhos também. A Palavra de Deus nos diz (Prov. 22:6) “Ensina a criança no caminho que deve andar e ainda quando for velho, dele não se desviará”. Criar filhos na disciplina e na admoestação do Senhor não tem nada de possessão. Significa orientar, estabelecer limites, princípios e valores para que possam crescer com total segurança. É importante entregarmos nossos filhos ao Senhor, mas nunca os termos como propriedade ou algo que signifique “eu é quem determino”. “A mulher sábia edifica a sua casa, mas a insensata, com as suas mãos, a derruba”. Somos apenas instrumentos, facilitadores nas mãos de Deus para que nossos filhos sejam felizes.

3. Noemi entendeu que suas noras passariam a ser suas filhas. Esses dois filhos certamente foram felizes nos seus casamentos, construíram lares seguros, porque foram amados e abençoados pelos seus pais. Noemi, depois da morte dos filhos poderia se entregar à culpa e, quem sabe, descontar nas suas noras. Não fez nada disso. Quando decidem voltar para Belém, chama as duas noras e lhes diz para seguirem, cada qual a sua vida. Mas elas, com grande afeição, quiseram acompanhar a sogra para onde ela fosse. Quando tememos ao Senhor, Ele nos abençoa, restaura e cura relacionamentos. Nos capítulos seguintes Noemi ajuda Rute a dar os passos objetivando seu casamento com Boaz, com atitudes de amor. A vida de Noemi foi marcada por fortes emoções, mas Deus lhe concedeu um final feliz. Viver é contabilizar ganhos e perdas, momentos alegres e momentos difíceis. Há sempre um propósito na vida de Deus quando Ele permite um momento adverso na nossa vida. Quando passamos por alguma luta, devemos entender que é Deus querendo melhorar alguma área da nossa vida. A adversidade deve ser vista como uma oportunidade de crescimento. O apóstolo Paulo nos ensinou “tanto sei estar humilhado como sei estar honrado, de tudo e a todas as circunstâncias já tenho experiência, tanto de fartura como de fome, de abundância como de escassez, tudo posso naquele que me fortalece.” A Deus toda honra e toda a glória.

Deus as abençoe,

Fonte: Mensagem do Pastor da IPI de Maringá no culto das mulheres do dia 24 de abril de 2012.