quarta-feira, 26 de setembro de 2012

A SOGRA DE PEDRO: UMA EXPERIÊNCIA SIMPLES, MAS TRANSFORMADORA, COM JESUS!

(Marcos 1:21-34)

O texto fala da cura da sogra de Pedro, uma mulher que estava com febre e acamada, passando muito mal. Com essa leitura podemos aprender as seguintes lições:
Primeiro: ela tinha um problema grave. Ela estava acamada e tinha febre. Naquela época não havia antibióticos e nem antiinflamatórios, ter febre era um indicativo muito grave, talvez até que a pessoa pudesse morrer. A enfermidade é sempre difícil, porque fala da nossa exposição aos riscos que a vida apresenta. Além da febre, ela estava acamada. A mulher, geralmente, é muito resistente, enfrenta com coragem as enfermidades e não é comum vê-la deitada numa cama, só quando ela já não agüenta mais. O homem é mais frágil, por qualquer coisa fica “de molho”. Pelo texto percebemos que as pessoas que conviviam com ela estavam preocupadas com sua doença. Isto percebemos quando Pedro e seus amigos falaram com Jesus a respeito dela. Se não estivessem preocupados talvez tivessem poupado Jesus, que estava tão envolvido e ocupado no Seu ministério. Uma coisa é você ter uma visão a respeito da sua situação. Outra coisa é quanto todo mundo começa a se preocupar. Falar com Jesus mostra que a luta dessa mulher não era tão simples. O fato de Jesus ter atendido ao pedido reforça ainda mais a idéia que não estamos falando de alguém com uma enfermidade corriqueira e banal. Podemos comparar esse problema dela com um problema de perigo que temos hoje. Qualquer problema grave nosso pode ser comparado ao dela, uma vez que ela estava em risco e podia morrer em qualquer momento.
Segundo: ela tinha um problema pelo qual ela não tinha mais condições de lutar. A nossa relação com os problemas que nos roubam as forças tem a ver com o modo com que ele atua na nossa vida. E a febre que ela tinha atuava na vida dela no sentido de exauri-la, de roubar-lhe as forças, de prostrá-la. Existem problemas graves que nos encontram fortalecidos e capazes de lidar com eles de forma impetuosa, concentrada. Mas têm outros que, quando nos encontram, nos deixam prostrados, sem ânimo. Não bastasse sua gravidade, as forças que precisaríamos para enfrentá-lo não estão presentes. Sabe aquela luta em que você não sabe mais dizer se está doendo ou se está cansando? Você não chora de tristeza, mas de esgotamento. Às vezes você não tem mais nem lágrimas. São esses problemas que nos colocam de cama. O texto diz: “eles falaram com Jesus a respeito dela”. Não falaram com ela a respeito de Jesus. Essa mulher talvez não tivesse nem em condições de ouvir uma palavra de fé, de ser ministrada. Há enfermidades que, no começo, geram um desejo de lutar, mas no final geram um desejo de morrer. Nós não temos uma descrição tão profunda, mas talvez essa mulher quisesse morrer. Sabe aqueles problemas em que ou a gente abraça a Deus ou fica sem nada? Talvez ela estivesse assim... Só pela misericórdia de Deus!
Terceiro: sempre tem Jesus na história. Existem momentos na vida em que só Jesus pode fazer algo por nossos problemas. E a melhor noticia a se apegar é que Ele tem todo interesse em nos ajudar. Ele, que estava lidando com endemoniados, leprosos e cegos, entra na casa de Pedro, vai até ela e lá acontecem três feitos que vamos compartilhar.
A) Aproximação dEle. Deus não olha você de longe, não a vê de canto de olho, mas olha diretamente para o seu coração. Mesmo quando não sobra ninguém, quando ninguém mais a pode ajudar, Ele está perto. Às vezes você não sente, mas crê nisto: Jesus está perto. E Sua presença faz toda diferença. Mesmo que você se sinta sozinha, desamparada e desprotegida, Jesus está com você.  Ele conhece e sabe pelo que você está passando. Se você não foi curada é porque não chegou a hora ainda.
B) Pega na mão e, acima de tudo, solidariza-se com ela. Tomar pela mão significa que aquela mulher não é mais uma estranha, não é mais alguém só. Está tomando a sua mão porque a sua febre agora está sendo sentida por Ele. Jesus não está presente só para chorar a nossa tragédia: Ele tem poder para resolver os nossos problemas. Um toque de Jesus pode mudar a sua vida, minha irmã. E quando o texto diz que “Ele ajudou-a a se levantar”, vemos aí um sentido duplo: uma coisa é eu levantar você, outra coisa é eu “ajudar” você a se levantar. De um lado Ele fez força para que ela se pusesse em pé, mas de outro, ela colaborou. A aproximação e o toque de Jesus a encheram de fé e coragem. Seria muito bom se hoje você sentisse que Jesus a ajuda a se levantar e que você também fizesse força para ficar em pé, num movimento de mão dupla.
C) Essa mulher se torna útil para Jesus. A febre a deixou e ela passou a servir. Vamos fazer uma pergunta, ainda que seja apenas especulativa: em nome do que Deus resolveria o seu problema hoje? Não acho que Deus faça este raciocínio, pensando no que Ele “ganha” quando resolve um problema nosso. Esta é apenas uma forma que estamos usando para pensar. O que isto vai significar em termos de mudanças em nossa vida, de nova postura? Será que vai apenas significar um problema a menos? Essa mulher percebeu que estar bem é estar à disposição. Do que o seu problema está roubando você, exatamente? Você tem uma vida desonesta e, por estar acamada, não está conseguindo seu intento? Ou a sua enfermidade está te impedindo de evangelizar, de ser uma intercessora, uma serva na obra de Deus? Se você não estivesse com esta enfermidade, para onde você estaria canalizando as suas energias? Em nome do que Deus resolveria o seu problema hoje? Para te usar onde? Isso faz toda a diferença no modo com que Deus trata as nossas questões. Não que Deus tenha interesse, pensando “o que é que eu ganho com isso?”. A mulher levantou e passou a servir. Passou a ser benção e isto faz toda diferença.

Mensagem do Pr. Marcelo Gomes no culto das mulheres da 1ª IPI de Maringá. 09/2012

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

MULHER VIRTUOSA, MULHER POSSÍVEL!

(Provérbios 31:10-31)

O texto nos fala da mulher virtuosa, que por muito tempo foi alvo, modelo, expectativa, mas por outro lado, frustração, um mito, uma mulher que não existia porque ninguém era capaz de viver dessa forma tão plena como o texto faz parecer que essa mulher era capaz. E as opiniões divididas nos impediram de enxergar o “que” ela estava propondo porque, afinal, é uma mulher que teme ao Senhor. Essa idéia aparece depois de uma frase muito forte: “Enganosa é a beleza e vã a formosura” – verso 30. A idéia de engano e de vacuidade da beleza e da formosura tem a ver com o fato de que isso passa. Por mais bela que uma pessoa seja, um dia ela não será tão bela e formosa. Isso é provisório e passageiro. Toda aparência passa por mutação. Têm coisas na vida que a gente não devia se apegar, porque são passageiras. Assim é a beleza. Têm coisas que são valores e têm coisas que são ilusão. Coisas que não valem o esforço, desmoronam como um castelo na areia. Têm coisas na vida que são fundamentais. Essa mulher é uma mulher que teme ao Senhor e reivindica para si muito mais uma vida de temor do que uma vida de cuidados. Está mais preocupada em ser mulher de Deus, do que ser mulher. Esta mulher pode ser qualquer uma de vocês. A maior virtude é saber discernir o que vale e o que não vale, o que é bom e o que não é. Essa mulher é elogiada porque entendeu que vã é a beleza e ilusória a formosura, mas a mulher que teme a Deus, essa será elogiada.
Nossa sociedade vive da necessidade de impactar, de encantar de imediato. Tem uma frase muito comum “A primeira impressão é a que fica”. Não é assim. Às vezes conhecemos alguém que, num primeiro momento nos parece antipática, mas depois mudamos de idéia, pois a pessoa é apenas tímida. A gente se engana. A idéia de que pessoas não mudam, de que as coisas não mudam, não é verdade porque o nosso Deus é Aquele que transforma maldição em bênçãos, que faz novas todas as coisas. Ele não nos permite dizer que a primeira impressão é a que fica. Ele pode mudar qualquer circunstância, qualquer coração, qualquer relacionamento. Nossa sociedade esquece de que “quem vê cara não vê coração”. É comum você conhecer uma pessoa muito bonita que fica feia no instante seguinte, quando o coração dela vem à tona, quando os conteúdos internos começam a surgir, quando a falta de Deus fica evidente. Essa mulher decidiu investir no coração e não na estética. Ela se veste bem, sua família está em ordem, e tudo é conseqüência do que vai dentro dela. Ela gosta do que é bonito, mas gosta mais do que é invisível. O atributo primeiro de Deus é a sua invisibilidade. Deus é invisível, mas visitou a humanidade através de Seu Filho. Para vermos Deus é só olhar para Jesus, que no-lo revelou. Para vermos a Deus a Trindade tem que se materializar. E a Trindade está toda no Filho. Aprouve ao Pai fazer com que residisse nEle toda plenitude de Deus. Jesus é Deus encarnado. Numa sociedade visual a gente quer ver Deus, mas quando olha para Jesus, não vê o Deus forte, majestoso, deslumbrante que os judeus esperavam (Isaías 53), porque Ele era simples e sem nenhuma formosura. Essa mulher decidiu que quer brilhar com a luz que vem de Deus, quer ser vista como alguém que teme a Deus, porque o que está “dentro” é fundamental. Os desdobramentos disso na vida dessa mulher são:

1. Abençoadora. Ela faz o bem todos os dias da sua vida. Porque decidiu temer ao Senhor, não espera nada em troca. Quando ouço pessoas dizendo “já fiz muito pelo outros, agora decidi pensar em mim” sinto uma grande tristeza. Mas dizem isso porque não estão vendo o cuidado de Deus e todo amor que Ele tem dado a elas! Jesus disse: “quem beber da água que Eu lhe der não terá sede, porque do seu interior fluirão rios”. Você bebe da água que Deus dá e não precisa mais de água! Porque a água flui e você vira uma fonte de água.

2. Trabalhadora, não come o pão da preguiça – verso 27. Quando o valor está dentro, a vida se expressa em produção. Essa mulher trabalha porque, com o trabalho, ela transforma o mundo. Ed Rene Kivitz disse que “Trabalhar é cooperar com Deus, para por ordem no caos”. Por isso que Jesus disse: “Meu Pai trabalha até hoje e eu trabalho também”. Na fé o seu trabalho é espiritual. Quem você “é” está em ação quando você trabalha. E Deus usa você onde quer que você trabalhe para ajudá-lo a por ordem no caos.

3. Sábia.Ela abre a boca com sabedoria”, diz o verso 26. Seu coração está cheio de Deus e a boca fala do que o coração está cheio. É sabia por que está cheia de Deus. E sempre tem uma palavra de direção, de ânimo.

4. Solidária. Ela estende as mãos aos pobres – verso 20. Quem está cheio de Deus já tem o que precisa e pode ajudar àqueles que não têm. Esta é uma marca que a nossa geração perdeu. Nós somos cumulativos: como ajudar se precisamos “cada vez mais”? Essa mulher só é virtuosa porque teme a deus. Não é uma modelo de prática, mas um modelo de fé. Não é um ideal de mulher, mas uma mulher comum nas mãos de um Deus único. Ela pode ser você.

Mensagem do Pr. Marcelo Gomes no culto das mulheres da 1ª IPI de Maringá no dia 29/08/2012.

ESTER: UMA MULHER DE DESTAQUE

(Ester 2:1-9)

Ester tinha sido levada para a Pérsia junto com alguns judeus. À época reinava na Pérsia e dominava o mundo, o poderoso rei Xerxes. Um dia ele fez uma grande festa para mostrar a grandeza do seu reino. Tinha ele muitas concubinas,mas de quem ele mais gostava era a rainha Vasti. No final da festa, mandou que ela viesse e dançasse para os seus convidados. Ela recusou sua ordem e então ele resolveu escolher outra rainha dentre as virgens da região. As moças somente seriam apresentadas ao rei depois de passarem por um tratamento de beleza, tendo elas o direito de usarem qualquer tipo de jóias e bijuterias para ficarem bem lindas. Ester era uma dessas moças. Só que ela, ao se apresentar ao rei não fez uso de nenhum adorno, apenas se vestiu e arrumou seu cabelo, apresentando-se com simplicidade, como de fato ela era. Ester conquistou a simpatia e o coração do rei e foi eleita, pois nela havia algo de especial. Com ela aprendemos algumas lições que nos ensinam a ser uma mulher de destaque, uma mulher que conquista com simplicidade.

Ester causou boa impressão – era atraente, apesar de simples. Na sociedade em que vivemos as mulheres têm sido cada vez mais cobradas para serem atraentes fisicamente. Ester fugiu deste padrão. Lógico que queria causar uma boa impressão ao rei. Mas ela se mostrou atraente sem ter se vestido com tecidos finos como as demais, sem ter se pintado e enfeitado como as demais. Ser atraente significa muito mais do que chamar a atenção das pessoas. O que conquistou e cativou o rei foi sua simplicidade. Diz um ditado popular que, por trás de um grande homem sempre tem uma grande mulher. Existem mulheres que querem estar à frente do homem. Um homem só é grande quando existe uma grande mulher dentro do seu coração. Vocês devem se cuidar, mas antes de estarem nos olhos dos seus maridos, estejam dentro do coração deles. Ser atraente é ser bonita de dentro para fora. A preocupação de hoje é inversa, pois coloca a beleza externa antes da beleza interna. Por fora bela viola por dentro pão bolorento. Isso reflete o que muitos tentam passar para os outros, aparentando beleza, caráter, dignidade que não têm. Prov. 15:13 bem diz que o coração alegre aformoseia o rosto. Quando seu coração, seu interior está bem, a sua estética fica bem. Como está o seu coração? Suas emoções? Seus sonhos, seus projetos? Suas alegrias? Suas dores? Ser atraente é ser bonita de dentro para fora. Ser atraente é ser sábia. A Bíblia diz que a mulher sabia edifica sua casa, mas a tola a destrói com as próprias mãos. O pastor Marcelo escreveu no livro “Sabedoria para viver e ser feliz” que cada um de nós tem que definir quem é para os outros. Nós lutamos entre a reputação e a fama. O que é melhor ter, glória ou credibilidade? Quantas mulheres hoje não conseguem ter sabedoria para resolver os problemas familiares? A falta de sabedoria enfeia a mulher, traz tristeza e angústia no coração. A Bíblia também ensina que a boca fala daquilo que o coração está cheio. A gente pode até enganar alguém por algum tempo, mas nunca se vai enganar a todos o tempo todo. Em algum momento aquilo vem à tona e não adianta ter plástica, casa, carro, família e filhos bonitos. Nada disto adianta.

Ester era corajosa. Surge Hamã, o segundo homem depois do rei. Era tão famoso no palácio que, por onde passava os oficiais se dobravam diante dele. Com exceção de Mardoqueu, primo de Ester. Hamã ficou sabendo que ele não se dobrava porque era judeu e só se dobraria diante do Deus dele. Aí Hamã resolveu matá-lo e também a todos os judeus, julgando que os demais judeus que soubessem disso, também não se dobrariam diante dele. Mas havia um detalhe: Ester era judia. Hamã decretou que todos os judeus seriam mortos porque Mardoqueu não se dobrava diante dele. Houve um grande clamor. Quando Ester ficou sabendo, como ela não podia chegar ao rei sem ter sido chamada por ele, mandou que Mardoqueu e todos os judeus jejuassem por três dias e depois ela falaria com o rei, mesmo sendo contra a lei. Para ajudar o seu povo, ela não importava se morresse ou não. Você quer se destacar? Seja corajosa, faça o impossível, tenha coragem e tome uma atitude. Ser corajosa é mostrar a sua identidade, mostrar quem de fato você é, sua personalidade. A raiz da palavra personalidade é “persona”, que significa máscara. Qual é sua máscara? O que está dentro de você? Uma mulher de destaque diz quem ela é. Avança, luta, não desiste.

Ester foi até o rei depois da oração e do jejum e este disse que faria tudo que ela quisesse, mesmo que pedisse a metade do seu reino. Tudo porque ela era corajosa. Ela quis um banquete, tendo Hamã como convidado especial. Na hora do banquete, ela se levantou e disse quem era o verdadeiro Hamã e o que ele tinha feito. Sabem o que fez o rei? Leiam o livro de Ester e saberão o que aconteceu. Você quer ser uma mulher de destaque na sua família, no seu trabalho? Quer ser alguém que faça diferença? Vasti deixou rastro. Ester deixou pegadas.

Mensagem do Pr. Natinha no culto das mulheres da 1ª IPI Maringá no dia 22/08/2012.

sábado, 8 de setembro de 2012

A ESCRAVA DE NAAMÃ: EXEMPLO DE VERDADEIRA LIBERDADE!

(II Reis 5:1-6)

É interessante como não é preciso muito para você fazer história. A gente sempre pensa em relevância, influencia, importância a partir de critérios como recurso, poder e coisas desse tipo. Eu não sou ninguém, quem é que vai me ouvir? O que eu posso fazer? É a ideia de que para ser, é preciso ter. Nós temos aprendido na Palavra que esta não é uma verdade, pelo menos do ponto de vista de Deus. Qualquer um de nós aqui pode ser, e de fato é, sobretudo quando Deus faz parte da nossa vida. E essa história que nós lemos na Bíblia, de uma menina que não tinha nada, pode edificar o nosso coração hoje e, quem sabe, mudar nossa história. Ela foi trabalhar na casa de um comandante de exercito da Síria, chamado Naamã. A Síria era um território vizinho de Israel, que por vezes invadia e entrava em conflito com algumas tribos de Israel. E, nessas incursões, cativos eram levados para trabalharem como escravos, principalmente nas casas e obras de construção. Entre esses, estava essa menina sobre a qual lemos. Tinha, provavelmente, em torno de 10 ou 12 anos de idade. Foi tirada da sua família, do contexto onde foi criada, para trabalhar como escrava numa terra estranha, na casa de um sujeito que era considerado o maioral dos exércitos sírios. A Síria era poderosa, mas poderoso mesmo era Naamã. Qualquer um diria que Naamã é o bom e a menina, a coitada dessa historia. Mas a Bíblia tem essa capacidade de olhar a vida por outro ângulo e encontrar fraqueza onde a gente só vê força e encontrar força onde a gente só vê fraqueza. E ela mostra a fraqueza de Naamã, que era todo poderoso, mas não passava de um sujeito comum, que ficou leproso. A lepra, nessa época, era uma doença que gerava o mais absoluto preconceito, a sensação de que aquela pessoa era esquecida de Deus, fadada à desgraça definitiva. Veja agora quem era leproso: Naamã! Não há lugar, por alto que seja, que seja seguro o suficiente de onde não possamos cair. Ser humano é ser suscetível. E o homem mais poderoso da Síria passou a ser o homem que tinha que esconder a sua enfermidade. Enfaixar-se, omitir-se das reuniões sociais, evitar solenidades, porque logo as pessoas descobririam que ele não passava de um leproso. Qual não era o sofrimento desse homem! Chega uma hora na vida que você daria tudo pra resolver um problema, para livrar-se de uma única dor. Passamos a vida inteira tentando construir alguma coisa, mas em dado momento, trocaríamos tudo para salvar um filho, um casamento ou a própria vida. Podemos imaginar Naamã como um homem que daria tudo para resolver o seu problema, mas a solução estava totalmente fora do seu alcance. Determinados problemas nos tornam irritadiços, independentemente do nosso temperamento ou da nossa personalidade. Os dias vão passando e aquela dor não passa, aquela situação não se resolve. E os nervos ficam à flor da pele. Tudo que a gente vê é o problema, a privação, o “stress”. E aí dá vontade de morrer. No mundo antigo, morrer numa batalha era digno, mas morrer de lepra era vexatório. E essa menina devia olhar para Naamã gritando, reclamando, nervoso, trocando ataduras, fazendo esforços para esconder a sua lepra... Não é tipo de vida que a gente leva, mas o tipo de coração que a gente tem que diz quem a gente é. Enquanto essa menina limpava aquela casa e via o seu senhor passando de um lado para outro, ela tinha pensamentos e sentimentos totalmente diferentes dos sentimentos e pensamentos que estavam nele. E ela era uma pessoa muito melhor do que ele. Escrava na casa dele, tirada do seu lar, da sua família, empobrecida pelos reveses de Israel, servindo ao todo poderoso de uma nação forte e gloriosa, era uma pessoa melhor do que ele. Ela tinha quatro características que queremos compartilhar:
1ª.  Era compassiva: o texto deixa evidente que o drama do seu senhor a sensibilizava. Ela não conseguia olhar pra ele e ter qualquer sentimento ruim. Em algum momento ela pensou que poderia ajudá-lo, dando informações que ele não tinha. Compaixão é isso. Compaixão é diferente de dó, de pena. Quando tenho pena de alguém, a dor dessa pessoa até me dói, mas a diferença é que eu tenho clareza da total distância que me separa dela. Geralmente as frases que acompanham a pena são: “A gente tem que dar graças a Deus pela vida que a gente leva! Graças a Deus que eu não estou no lugar dessa pessoa!” Por mais que me choque, tenho uma clareza que ele é ele e eu sou eu. Isso é diferente da compaixão. Na compaixão há uma dor, mas há também uma sensação de que o que aquela pessoa está sofrendo me diz respeito de alguma forma. Na compaixão sou eu no lugar dela. Jesus não tem dó. Ele se compadece de nós, porque a nossa dor é a dor dele. O nosso drama é o drama dEle. Na hora de resolver o nosso problema, Ele o assumiu nos seus ombros dele. E na hora de resolver o problema da nossa morte, ele morreu em nosso lugar. Essa é a diferença entre pena e compaixão. A menina é compassiva. Ela acompanha toda aquela cena diária e, se de um lado ela sofre, de outro ela fica pensando em como ajudar. E isso faz gente excelente, gente que cedo ou tarde vai fazer a diferença.
2ª. Era sem rancor: essa menina tinha tudo para ver esse homem passando e dizer: “Bem feito, miserável, desgraçado. Tirou-me da minha casa! Merece o sofrimento que tem, espero que morra de lepra!” Determinados vitimismos geram em nós sentimentos dos mais revoltosos. Só que a gente não percebe que toda forma de rancor é uma forma de autodestruição. Alguém já disse que a mágoa é um veneno que a gente toma esperando que o outro morra. Essa menina decidiu viver sem rancor, sem mágoa, livremente. Não era escrava coisa nenhuma, mas livre, porque a sua alma era livre. Naamã era escravo do seu corpo em degradação, de seu estado social, de toda pompa e circunstância que o rodeava. Essa menina podia olhar para ele livremente e pensar: “Esse homem precisa de ajuda. Seria tão bom se ele conhecesse Deus”.
3ª. Era generosa: ela não tem nada, mas o que ela tem, ela oferece. Essa menina olha para Naamã e diz: “Eu não tenho nada para dar para ele, mas eu tenho uma informação, eu sei de um profeta que pode ajudá-lo. Na verdade, se o meu senhor conhecesse o profeta que tem em Israel, ele seria curado”.
4ª. Era cheia de fé: “Se o meu senhor conhecesse o profeta que há em Samaria, ele ficaria curado”, é simples assim. Minha irmã, se você conhecesse o Deus que eu conheço, o seu casamento seria ótimo. Se você conhecesse o Deus que eu conheço, o seu filho estaria muito mais tranquilo. Você já percebeu que um pouco as nossas inúmeras justificativas vêm no sentido de deixar com aparência de complexo aquilo que alguém está tentando nos mostrar que é simples? Quando olhamos para o problema e olhamos para Deus, o nosso problema é pequeno. Sem complicações, simples assim! Naamã tinha tudo para não ouvir essa menina, mas ele acredita e ouve. Essa é a benção dos nossos problemas, eles nos ajudam a perceber que somos todos iguais. E que todo mundo pode ser benção na vida de todo mundo.

Texto com base na pregaçao do Pr. Marcelo Gomes da Primeira IPI Maringá no culto das mulheres do dia 08/08/2012.