sexta-feira, 24 de maio de 2013

Saúde interior X Enfermidades da Alma


(Provérbios 3:7-8 e Provérbios 9:7-9)

Normalmente, consideramos as enfermidades como algo próprio do corpo. Por isso, quando ficamos doentes, procuramos tratamentos que estejam relacionados à nossa química e demais aspectos da vida física. Até médicos, por melhores que sejam, podem cair na tentação de examinar e cuidar apenas do corpo, sem levar em consideração as necessidades que ultrapassem os limites de nossa constituição biológica.

A vida é mais do que o corpo. O ser humano, em linguagem bíblica, é alma vivente (Gênesis 2:7): corpo modelado da terra e fôlego de vida do Criador nas narinas. Portanto, deve cuidar do corpo e da alma. Do interior e do exterior. Como escreveu Paulo: “embora exteriormente nos desgastemos, interiormente somos renovados dia após dia” (2 Coríntios 4:16). E mesmo a ciência já descobriu esta verdade, tendo chamado nossa atenção para as chamadas doença psicossomáticas (palavra de origem grega, une os substantivos psique e soma, respectivamente alma e corpo), isto é, doenças do corpo que nasceram na alma.

Contudo, há doenças próprias da alma. Elas podem ou não se manifestar no corpo, mas são próprias da alma. Para viver de modo excelente, é preciso saber preveni-las ou, se for o caso, diagnosticá-las e tratá-las de modo correto. Principalmente as mais graves, que são três: a estupidez, o rancor e a ingratidão.

Estupidez é doença da alma. Faz do ser humano um animal irracional. Leva-o a agir por impulsos e instintos, quando foi dotado de uma capacidade maravilhosa de pensar e agir por convicções, valores, princípios. Por isso, chamo a estupidez de enfermidade limitadora. Atinge a alma como uma cegueira ou uma surdez atinge o corpo. Impedem a pessoa de desfrutar de uma faculdade fundamental para a vida. No caso destas, a faculdade de ver ou ouvir. No caso daquela, a faculdade de refletir.

Para prevenir ou tratar a estupidez, o mesmo remédio: reflexão profunda, espiritual. Coragem para interromper, vez ou outra, o curso comum das coisas e meditar nos ensinamentos de Deus para a mente e o coração. Como escreveu Paulo: transformem-se pela renovação da mente, para que experimentem a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.

Rancor é doença da alma. Chamo-a de enfermidade degenerativa. Faz com que o ser humano definhe como quem definha com um câncer avassalador. A Bíblia usa a expressão “raiz de amargura”, numa alusão ao fato de que cresce no interior da vida, destruindo o que encontra pela frente. Apequena, encolhe e inibe a pessoa, que passa a viver em função de suas mágoas e aprisionada a um passado doloroso e contínuo.

Para prevenir ou tratar o rancor o remédio é um só: exercício decidido e firme do perdão. Não importa o merecimento, a culpa, o prejuízo ou a restituição. Perdão não é favor que fazemos ao ofensor, mas um bem que fazemos a nós mesmos. É obediência a Deus, em primeiro lugar. E como uma cirurgia de emergência ou quimioterapia, perdão é desafio imediato, não pode esperar. O risco é a morte da alma, ainda que o corpo continue vivo.

Enfim, a ingratidão é doença da alma. Enfermidade infecciosa e contagiosa. Infecciosa porque rouba o vigor e a saúde de tudo mais. Contagiosa porque afeta quem convive com o doente. Se não tratada, confinará o enfermo ao isolamento na vida e à morte precoce de todos os seus sonhos e esperanças.

Para prevenir ou tratar a ingratidão, e é sempre melhor prevenir que remediar, somente a gratidão em doses diárias e generosas. Paulo diria: “em tudo deem graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para vocês” (1 Tessalonicenses 5:18). Agradecer sempre, mesmo por aquilo que não queremos ou gostamos, porque temos a Cristo e Ele nos basta: sinal de saúde de alma. Vida longa para o agradecido. Ou melhor: VIDA ETERNA!

Pr. Marcelo Gomes - Primeira IPI Maringá, 17/04/13 - culto das mulheres.