quinta-feira, 19 de junho de 2014

Vida Simples!! Ninguém leva Nada


Eclesiastes 5:13 a 6:2.

O Eclesiastes apresenta a vida como ela é, sobretudo quando a vida é recebida como um presente que vem de Deus, simplificando as coisas e nos ensinando um caminho mais reto e simples de ser percorrido. Sabemos que é mais fácil complicar a vida quando somos ricos do que quando somos pobres. Embora simplicidade não seja sinônimo de pobreza, o pobre precisa de mais criatividade para complicar a vida do que quem tem alguma coisa. O homem tem muitos desejos na vida e imagina que realizar estes desejos será um caminho de felicidade. O Eclesiastes está falando de alguém que chegou nesse estágio e viu um mal terrível debaixo do sol, porque acumulou riqueza para a sua própria infelicidade. Não tem nada pior do que nos descobrirmos no meio de uma complicação enorme, muitas vezes criada por nós mesmos. Como descomplicar a vida? Como encontrar um caminho de simplicidade onde nos sintamos bem diante de nós mesmos, das pessoas e, acima de tudo, diante de Deus? O que este texto tem para nos ensinar a respeito dessa relação com os privilégios e as coisas boas que Deus nos dá?

1. Riqueza compra muita coisa, mas não compra o futuro. O homem do texto acumulou para a sua própria infelicidade porque não era capaz de se tranqüilizar em relação ao futuro. Estava apavorado pelo medo de um mau negócio. Mas as riquezas não se sustentam por si mesmas e por isso não têm o poder de garantir o futuro. Não há estrutura que não possa desmoronar. Não há conforto que não possa se perder. Não há estabilidade que não possa se desestabilizar. E a enfermidade? E a traição? Mas existem pessoas que nunca perderam nada e, mesmo assim, sofrem só em pensar na possibilidade de acontecer. O único meio de vencer o medo do futuro é confiar no cuidado do Pai. O salmista diz “mas eu confio no Senhor e o meu futuro está em Suas mãos e Ele me defenderá dos meus adversários”. Eu não sei o que vai acontecer comigo, mas uma coisa sei: nada do que tenho hoje me preservará de uma tribulação que poderá vir amanhã, por mais que eu me previna. O ditado popular diz que “gente prevenida vale por duas”. Mas às vezes gente prevenida “pesa” por duas! Não tem leveza, não tem paz, está sempre sobrecarregada. É tão bom quando a gente aprende que o nosso “amanhã” está nas mãos do Senhor! “Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais”. (Jeremias 29:11)

2. Riquezas não compram felicidade. Sabemos que dinheiro não compra felicidade, senão não haveria ricos infelizes. O texto diz que esses vivem em trevas, frustração e desgosto porque não conseguem desfrutar daquilo que têm. Sabemos que dinheiro não traz felicidade, mas o que não sabemos como lidar com isso. A sugestão do texto é aprender a lidar com aquilo que Deus dá. O dinheiro não traz felicidade porque ele não tem felicidade para oferecer! Mas em algum lugar do coração humano ficou plantada a semente de que, quando ele chegar vai trazer felicidade. Então eu serei feliz “se”, mas não sou feliz “enquanto” o dinheiro não chegar. Por isso que a felicidade não é um lugar onde se chega, mas o jeito como a gente vai. Então, o que é felicidade? É um balanço geral que fazemos da nossa vida, pesando numa balança o que é bênção e o que nos afeta negativamente. E entre tantas coisas, ruins e boas, nosso saldo ainda é positivo. Na balança da vida do cristão, no prato das coisas positivas existe o relacionamento com Deus. E isto pesa quanto? Se temos Deus, o que podemos colocar no outro prato da balança que vá fazê-la oscilar? Então somos totalmente felizes, muito embora nesta hora possamos estar tristes por causa de algum problema. Nesta lógica você pode entender que “felizes os que choram, porque serão consolados” – têm Deus no outro lado da balança.  Alegria é diferente de felicidade porque é um sentimento que vem de experiências que eu considero favoráveis para mim. Mas a felicidade não é um sentimento. A alegria pode dar lugar à tristeza, pois é um sentimento e oscila. A alegria do Senhor é a nossa força, porque quando eu permito que o Senhor me alegre, a resposta do meu ser é um fortalecimento para seguir em frente, como uma “injeção” de ânimo. O que confia nos próprios recursos oscila e não é capaz de desfrutar das coisas que Deus dá. O texto diz que nada é melhor do que comer, beber e desfrutar. Não é preciso ter muito dinheiro para ter bons momentos. E quem não é capaz de desfrutar no pouco, também não é capaz de desfrutar no muito. O problema está na pessoa e não nos recursos que tem.

3. Riquezas não compram fé. O texto termina dizendo que é Deus quem concede. Concede para uns, mas muitas vezes não lhes permite desfrutar e acaba dando para outro. Ele é soberano e esta é uma das razões pelas quais muitas vezes o nosso coração não encontra descanso, pois não cremos na soberania de Deus. Não cremos que Deus está no controle. Não confiamos que Ele nos ama de fato. O salmista diz “eu confio no Senhor, o meu futuro está em Suas mãos e Ele me protegerá dos meus adversários”. Precisamos confiar em Deus como a criança que confia em sua mãe a ponto de descansar e dormir no seu colo, sabendo que está protegida e segura. Quem conhece o amor de Deus aplaca as buscas e os anseios do coração. O projeto não é ser feliz, mas andar com Deus; ser a pessoa que Deus quer que sejamos. Isso garante nosso futuro, traz felicidade ao nosso coração e alimenta a nossa fé.
 
Mensagem do Pr. MArcelo Gomes no culto das mulheres da 1ª IPI de Maringá. 23.04.2014.