segunda-feira, 18 de junho de 2012

A VIÚVA DE SAREPTA: RECEITA DE UM MILAGRE!

(I Reis 17:7-16)


Aprendemos que não importa se estamos envolvidos em grandes questões ou em questões do dia-a-dia. Importa que a nossa vida possa ser uma experiência de milagre, quando cremos em Deus, aquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo que pedimos ou pensamos e cujo nome é glorificado, independentemente do tamanho das nossas questões.
A viúva de Sarepta não teve o seu nome publicado na história, também não protagonizou uma história de abrangência nacional, mas foi uma mulher que aprendeu a confiar em Deus, ao vê-lO agindo em sua vida. Há dois momentos em sua vida, simbólicos e emblemáticos. Num primeiro momento, quando Elias a encontra, ela está apanhando gravetos, olhando para baixo para apanhá-los. Esse “apanhar gravetos” é uma alegoria sobre como muitas pessoas vivem as suas vidas, “olhando para baixo”, olhando para o insuficiente. O pouco mantimento que aquela mulher tinha em casa não daria para sobreviver por muito tempo com o seu filho. Ela só enxergava que não tinha condições de resolver o seu problema, que não podia fazer nada, nem por ela nem pelo seu filho. Ela vivia o comum da vida. Não conseguia enxergar que Deus tinha um propósito em sua vida.
O texto começa dizendo que Deus fala com Elias: “eu ordenei a uma viúva que dê comida a você”. Deus havia ordenado, mas ela desconhecia totalmente a ordem dEle. Ela esperava chegar o fim, a morte. Não conseguia perceber que Deus tinha um propósito para sua vida. Três coisas que essa mulher desprezava: a) Que Deus a conhecia e sabia qual era o seu sofrimento. Mas como ela olhava pra baixo, não enxergava a Deus, se sentia sozinha, desamparada, impotente; b) Que Deus podia mudar a sua situação e fazer com que a comida estivesse em abundância em sua despensa. Deus podia reverter a situação e fazer um milagre em sua vida; c) Que Deus podia usá-la para abençoar outros. Você, consegue perceber essas três realidades em sua vida ou está olhando só pra baixo, catando gravetos?
Elias foi enviado para ensiná-la a “olhar pra cima, a olhar para Deus”. Quando ele lhe pediu um pouco de água, fez um pedido difícil, pois Israel passava por um período de grande seca. E ela precisou abrir mão do pouco de água que tinha para seu consumo. E quando saiu para buscar, Elias lhe pediu também um pedaço de pão. Elias toca agora numa área mais difícil, porque ela tem menos comida do que ela acha que tem de água. Mas, se pensarmos na perspectiva do alto, Elias está fazendo um teste com ela, tentando ver até onde ela é capaz de ir e qual é o seu limite. Nessa hora ela parou, olhou para ele e disse: “meu senhor, o que eu tenho em casa é um pouco de farinha e um pouco de azeite que eu vou fazer para mim e para o meu filho. Nós vamos comer e vamos morrer”. Elias percebeu que chegou ao seu limite. Antes de Deus fazer um milagre em sua vida, Ele vai observar o seu limite. Mas nós queremos o milagre antes do limite. Na verdade, queremos o milagre não como solução, mas como prevenção. Nós desejamos o milagre não como quem confia que Deus vai fazer algo na vida, não para que a glória de Deus se manifeste no meu problema, mas para não passar pelo problema. Essa é a nossa geração, a geração “anestesia”, nenhuma dor, nenhum sofrimento.
 “Não tenha medo!” Essa palavra de Elias é para nós hoje, aqui!  Não tenha medo do limite! Não tenha medo de expor a sua fragilidade diante de Deus! Quem “apanha gravetos” fica com medo dos pequenos insetos que podem estar entre os gravetos! Fica com medo de batalhar com alguém que também está pegando gravetos na direção contrária! Mas quem olha pra cima descobre o Deus que fez as árvores e que é o dono de todas as coisas. Não tenha medo de crer que, aonde o seu limite chegou, o que Deus pode fazer está só começando. Não tenha medo de entregar, de abrir mão, não tenha medo de perder o controle, não tenha medo!...
Como Elias continua testando essa mulher? Depois de ter identificado o limite dela, ele diz: “supere o seu limite! Vá lá, pegue essa pouca farinha e esse pouco azeite, faça um bolo para mim”. Se ela estivesse sozinha, até ela poderia concordar, mas ela tinha um filho. Dar para Elias é tirar do filho para dar para um homem que nunca tinha visto. Elias sabe que Deus está à frente disso, então ele prova essa mulher. Faz com que supere o seu limite, não olhe mais como quem apanha graveto, olhando apenas para o que está ou não está disponível. Se abrirmos nossa despensa, veremos apenas o que está lá. Não podemos projetar alimento nela. Despensa vazia é vazia e ponto. Se eu olhar para a minha despensa, verei o que ela me informa. Se olhar para o céu, verei o que Deus me informa e comunica. A despensa é minha, mas o alimento é de Deus, é Ele que põe na minha despensa. Enquanto essa mulher “apanha gravetos”, ela tem que pensar que o que ela tem em casa é insuficiente. Mas quando Elias diz: “olhe para cima, olhe para Deus”, vai entender que não está tirando da despensa dela, mas da provisão que Deus deu para aquele momento. E se Ele deu para aquele momento, vai dar para o momento subseqüente. O que tenho na minha despensa não é tudo. Isso que ela precisava entender.
Aí vem o teste final de Elias. Uma coisa seria Elias dizer que vai chegar um carregamento de farinha e de jarros de azeite na casa dela. Mas ele diz que não vai faltar farinha no jarro nem azeite na botija, porque isso tem a ver com a provisão diária de Deus. Não é uma questão de “vou dar para eu ter mais do que o que estou dando”, mas é uma questão de “eu vou dar porque não vai faltar”. Elias está propondo um raciocínio de milagre: à medida que eu for tirando, Deus vai pondo. Não é uma troca, é um abastecimento. À medida que Ele quer nos usar vai nos dar mais, porque já aprendemos a confiar nEle. Não para que tenhamos mais, mas para nos usar mais. Creia nisso. Esta é a receita do milagre: olhar para cima, não ter medo dos limites e ainda desejar abençoar as pessoas que estão ao nosso redor. O resto é por conta do Senhor.

Mensagem pregada pelo Pr. Marcelo Gomes no culto das mulheres da IPI de Maringá no dia 06/06/2012.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

A RAINHA DE SABÁ E O DESEJO DE SABEDORIA

( II Samuel 10:1-13)

Sabemos que a maior contribuição de Salomão para a vida de fé foi a  lição de que a sabedoria é muito melhor do qualquer outro recurso que você possa ter à disposição. Quando passamos por problemas, a primeira pergunta que nos vem é: “que solução precisamos ter para resolvê-los?”. Cada pessoa tem uma resposta diferente para as suas perguntas: “ah, se eu tivesse dinheiro já teria resolvido”, “se eu conversasse com Fulano...” ou “se tivesse um remédio...”. Cada pessoa imagina uma solução. Salomão entendia, e também nós precisamos entender que acima de todas as coisas que poderíamos vislumbrar para soluções dos seus problemas está na sabedoria de Deus. Salomão, quando teve a oportunidade de pedir a Deus “qualquer” coisa que ele quisesse, ele não pediu fama, nem riqueza, nem poder e sequer solução aos seus problemas: pediu apenas sabedoria. E assim ele alcançou tudo o mais. Deus disse para ele: se você tivesse me pedido qualquer coisa eu te daria, mas como você me pediu sabedoria, eu vou te dar. Com ela você vai conseguir tudo o mais. E quem descobriu isso, de um modo muito interessante, foi a rainha de Sabá, que entrou para a história depois de ter feito uma visita a Salomão. E com essa visita aprendemos algumas lições:
1. Vale a pena fazer esforços para buscar Sabedoria e ficar perto de gente sábia. Quando os evangelhos citam a rainha do Sul (outro nome da rainha de Sabá), eles a mencionam como alguém que fez esforços (ela veio de muito longe) para ouvir da sabedoria de Salomão. Quando Jesus disse “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, se em Sodoma e Gomorra tivessem sido feitos os milagres que em ti foram realizados, há muito que teriam se convertido com panos de saco e cinzas”, seu raciocínio era: algumas pessoas tiveram que pagar um preço para terem acesso ao que havia de melhor no seu mundo. E outras desprezam aquilo que está ao alcance das suas mãos. A rainha de Sabá fez uma viagem longa para encontrar com ele e nós temos o próprio Filho de Deus conosco e nos fazemos de rogados, de indiferentes. E o texto diz: “aqui está quem é maior do que Salomão”. Às vezes fazemos esforços enormes para conquistar o que não vai nos abençoar e nenhum esforço para obter de Deus o que vai mudar a nossa história. Esforçamo-nos para aproveitar a liquidação de uma loja, mas temos uma vida de oração ridícula. Fazemos tudo para agradar uma pessoa que nem gosta muito de nós, mas não nos preocupamos em agradar a Deus. Fazemos um esforço enorme para manter o corpo bonito, mas nenhum esforço para ter uma alma linda, um interior abençoado e abençoador. A rainha de Sabá disse: “eu preciso aproveitar a oportunidade de estar perto da sabedoria”. Ela estava disposta a ter uma experiência de sabedoria que arrematasse o coração. Muitas vezes passamos uma tarde inteira ao lado de pessoas que só “afundam” nossa vida, jogando conversa fora. O salmista, no salmo primeiro diz: “não andes no caminho dos ímpios, não te detenhas no caminho dos pecadores e nem te assentes na roda de escarnecedores”. É perda de tempo. Quer usar o seu tempo com sabedoria? Medita na lei do senhor de dia e de noite. O apóstolo Paulo diz: “irmãos, não vos enganeis, as más conversações corrompem os bons costumes”. Buscar sabedoria e ficar perto de gente sábia. A rainha de Sabá descobriu isso.
2. A verdadeira Sabedoria se reflete no modo como organizamos a nossa vida. Essa mulher era rainha também, tinha palácio, corte, funcionários, escravos, e vinha de uma rica região (especiarias e pedras preciosas). Era uma mulher poderosa. E quando chega ao palácio de Salomão ela se encanta. Não com o esplendor do palácio, em si, mas como aquilo tudo funciona tão bem. A diferença entre ela e Salomão não é dinheiro nem riqueza, mas o funcionamento da vida. Ela vê que no palácio não tem nada fora de lugar, todos estão comprometidos e fazendo a sua parte da melhor maneira. E, mais importante, percebe que há um clima de adoração a Deus. É como se você entrasse na casa de uma amiga onde percebesse que lá há louvor, devocional, temor de Deus, palavra abençoadora. Isto porque a verdadeira sabedoria se reflete na vida. Há grande diferença entre sabedoria e conhecimento. Conhecimento é bom, mas não organiza a vida por si só. Sabedoria é a capacidade de usar conhecimento em favor da vida. Tem pessoas com um conhecimento privilegiado e a vida toda bagunçada. Tem conhecimento e é pobre em sabedoria. Conhecimento vem do estudo e sabedoria vem de Deus.
3. A maior prova da Sabedoria é o temor de Deus e o reconhecimento da Sua vontade. A Rainha de Sabá fez duas declarações importantes: a) “como devem ser felizes as pessoas que vivem aqui”. Essa é uma marca da sabedoria: ela é extensiva e abençoadora. Alguém com conhecimento, às vezes faz mal para outras pessoas, mas uma pessoa sábia faz bem para outras pessoas. Pessoas com conhecimento podem ser arrogantes, indiferentes. Mas é sempre muito bom ficar perto de pessoas sábias; b) “bendito seja Deus que colocou você no trono e tem usado a sua vida para estabelecer justiça e retidão”. Gente sábia tem propósitos. Não pergunta o que Deus pode fazer por ela, mas sim “o que o Senhor quer de mim?” Gente sabia é bênção nas mãos de Deus. É quem entende que desta vida não se leva nada e o que importa é obedecer e servir a Deus.
4. Um dos primeiros resultados da sabedoria é o desapego e a generosidade. A visita virou uma troca de presentes. A rainha de Sabá queria entregar tudo para Salomão porque percebeu que o que recebeu de Salomão como sabedoria era mais valioso do que tudo que ela tinha trazido. E Salomão também a presenteou. Conhecimento produz riqueza, mas sabedoria produz generosidade. Conhecimento produz posse; sabedoria compartilha. Sabedoria não tem apegos porque sabe que nada pode ser retido. O apego é nulo e estúpido. O que é nosso nesta vida? Nada. Não há o que não possa nos ser tirado. Quem aqui não perdeu uma mãe, um pai, um filho? E finalmente nós nos perderemos a nós mesmos. O apego é uma fantasia de realização que nunca se realiza. Posso querer e nunca ter ou ter apenas provisoriamente. E perceber que esse “ter” não respondeu às minhas angústias mais íntimas. Fiz tanta questão de conquistar algo e depois que conquistei fui tomado por um vazio. Ao trocar presentes estão celebrando a sabedoria com solidariedade, compartilhamento e não com ganância e ajuntamento. Sabedoria celebra coletiva e não individualmente. Conhecimento é coisa que a gente esconde do outro, do concorrente. Sabedoria é alma, não precisa esconder porque não é nem minha. É presente de Deus. Provérbios 14:1 diz que “a mulher sábia edifica a sua casa. Mas a tola a derruba com as suas mãos”.

Mensagem pregada pelo Pastor Marcelo Gomes no dia 30/05/12 na reunião das mulheres da 1ª IPI de Maringá.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Abigail e a vitória do bom senso

(I Samuel 25)

Abigail, uma mulher sábia e de bom senso. Falar dela é sempre um prazer. Saul era o rei de Israel quando Davi foi ungido rei por Samuel. Porém ele somente reinaria depois que Saul morresse. Davi, então, foi servir Saul no seu palácio, onde se transformou no maior comandante de seu exército, o que suscitou inveja por parte de Saul, que começa a persegui-lo. Davi passa a viver uma vida peregrina, fugindo. Também é importante destacar que a morte de Samuel não deve ter sido fácil para Davi, afinal, Samuel era o principal vínculo entre ele e o projeto que, ele cria, Deus tinha para sua vida. Vivia de deserto em deserto, convivendo com pessoas fugitivas até que acaba se tornando líder de um bando de 400 homens (pessoas sem família, assassinos, pessoas juradas de morte). Davi e seus homens acabam indo para uma região desértica onde morava um homem riquíssimo chamado Nabal (a palavra “nabal” tem origem hebraica e significa “estúpido”). Seu rebanho era numeroso e cuidado por pastores que, constantemente caíam em mãos de assaltantes. Quando Davi foi para essa região, acaba botando ordem e apesar de ser desértica e perigosa, se torna uma região tranqüila, pois Davi e os seus homens protegiam os pastores e os animais. Há simpatia entre os pastores e Davi por causa disso. Um dia Nabal fez uma festa e Davi sugeriu aos seus homens irem até lá participar da festa, comer e beber. Mas Nabal não permitiu sua entrada. Davi, enfurecido, acha isso grande desaforo e resolve matar todos os homens da terra de Nabal. Nesse meio tempo, Abigail é informada do que acontece por um empregado de Nabal. Essa mulher sábia e inteligente pega comida, animais e empregados e vai ao encontro de Davi. Quando o encontra, desce do seu animal, se prostra diante dele e fala todas as palavras lindas que lemos no texto. Palavras sábias que impedem Davi de prosseguir seu intento de matar Nabal. Uma mulher de joelhos estancou a ira de um homem e de todo um exército que ia provocar grande desgraça. Vocês não têm idéia do que uma mulher de joelhos pode fazer! Ela parou mais de 400 homens que rangiam os dentes com espadas na cintura, preparados para o que desse e viesse. Depois de ouvir Abigail Davi diz: “que bom que você teve bom senso e veio falar comigo”. O que faz uma mulher de bom senso? Qual o caminho que leva uma mulher a vencer com as armas do bom senso? Abigail teve que experimentar cinco vitórias antes de ouvir essas palavras de Davi:
1. Vitória sobre o desespero. Ao ser informada da má noticia, o que deixaria qualquer um desesperado, Abigail não se desesperou. A Bíblia diz que “o justo não teme má noticia”. Não que ele não receba a má noticia. A má noticia vem, mas não desestrutura, não derruba a pessoa. Abigail não se prostra diante da circunstância porque o desespero não ajuda ninguém. E quando ela se prostra diante de Davi, diz: “Davi, a culpa é toda minha”. Qualquer um de nós sabe que a culpa não era dela. Quem quer resolver problema não fica procurando culpado, assume a responsabilidade e vai fazer o que tem que ser feito. Abigail não deixou o desespero dominar o seu coração.
2. Vitória sobre a inércia. Ela venceu o medo de quando não temos para onde ir, com quem contar e que faz com que paralisemos. Abigail toma atitude: pega comida, arruma os animais e vai encontrar Davi. Ela pensa: qual a diferença de morrer aqui ou morrer lá? Não faz diferença morrer por uma ou por outra circunstância. Como nós queremos chegar nessa hora: corajosamente, com a nossa fé firme ou covardemente, tendo vendido a alma? Abigail fez este raciocínio. Qual a diferença morrer aqui quando esses homens chegarem e morrer lá enfrentando Davi? O medo não pode nos paralisar uma vez que temos um Deus que é maior do que tudo.
3. Vitória sobre a presunção. Ela não foi petulante, arrogante, de dedo em riste, acusando, pedindo satisfação. O texto diz que ela se humilha e fala com Davi com o espírito de serva. Essa é uma das principais características de quem crê que é Deus quem vai fazer a obra: humildade, coração tranquilo, na certeza de que Deus está indo à frente. “Hoje vou falar umas verdades para tal pessoa, vou passar isso a limpo”, é o que costumamos dizer quando estamos indo em nosso próprio nome e não em nome do Senhor. Não nos surpreendamos se o Senhor nos deixar por nossa conta e risco. Abigail foi em nome do Senhor, porque quem tem que ser honrado e glorificado nesta batalha é Deus e não nós. A humildade nasce da confiança de que é Deus quem vai fazer, que o coração do outro vai mudar, não porque estou gritando, ameaçando, mas porque o Espírito Santo está trabalhando. E estou aqui a serviço do Espírito e não a meu próprio.
4. Vitória sobre a incredulidade. Tudo que ela fez foi porque acreditou que Davi era escolhido por Deus para ser o novo rei de Israel. Abigail sabia que Deus tem um propósito, que Deus é soberano! Conseguiu enxergar as mãos de Deus em cada detalhe. Uma mulher de joelhos, frágil e pequena diante daqueles cavalos, animais fortes. Davi poderia dizer para passarem com os animais por cima dela. Mas essa mulher está cheia do Espírito Santo. E quando ela termina de fazer a sua pregação (a qual deveríamos ouvir todos os dias da nossa vida: não nos defendamos, porque quem cuida de nós é Deus), Davi responde: Abigail pode voltar, eu não vou mais. Aí, ela experimentou a quinta vitória.
5. Vitória sobre as circunstâncias. O que era uma ameaça, já não é mais. O que ninguém poderia resistir, foi resistido por uma mulher de joelhos. Ninguém enxerga tão longe quanto alguém de joelhos. Hernandes Dias Lopes costuma dizer que “um filósofo na ponta dos pés não enxerga tão longe quanto um crente de joelhos”. A história tem um lindo fim. Davi volta atrás, parecendo que tudo ficaria por isso mesmo. Mas quando a gente deixa nas mãos de Deus nunca fica por isso mesmo. Depois que acaba a festa, Abigail conta a Nabal tudo que aconteceu. Ao ouvir, ele tem um ataque cardíaco e morre. Quando Davi fica sabendo disso, manda dizer a Abigail que quer se casar ela. Mulher assim não se acha todo dia: bonita, inteligente, de bom senso. A mulher que era esposa de um “nabal” agora era a esposa de um rei.

Mensagem pregada pelo Pr. Marcelo Gomes no culto das mulheres do dia 23/05/2012 da IPI de Maringá.

Ana e a cura da alma

( I Samuel 1:1-20)

Ana, mulher que teve sua vida em frangalhos, mas experimentou uma cura maravilhosa de Deus para o seu coração. Ana era uma mulher aflita, amargurada, cujo rosto estampava a dor que havia em seu coração. Há momentos em nossa vida que o nosso semblante “fala” dos nossos problemas, da dor pela qual estamos passando. O contrário também é verdadeiro. É possível que alguém experimente uma alegria tão profunda que o seu semblante se torna mais belo. Aliás, esta é uma verdade bíblica (Prov.15:13): “o coração alegre aformoseia o rosto”. Nosso rosto é uma espécie de outdoor da alma. Ele estampa os sentimentos que inundam o nosso ser. O rosto de Ana andava descaído e abatido pela privação, pela impotência de não ser mãe. Ela vivia numa época em que as mulheres eram valorizadas em razão dos filhos que davam aos seus maridos. Ela era refém desta dor, porque a impotência é um inimigo poderoso. Todos nós passamos por isso, independentemente de que impotência seja esta. Uma coisa é você enfrentar batalhas. Outra coisa é ter que enfrentar as batalhas sabendo que não tem recursos, não tem condições, não tem saídas, não tem pra onde ir. A dor a impedia de desfrutar tudo o mais que tinha. Seu marido tinha outra mulher, com quem tinha filhos, mas seu coração pertencia a Ana. Talvez você já tenha passado por experiências assim, o coração fica apenas “naquela” dor. Não é capaz de agradecer pelo dia, pela família, pela roupa do corpo, pois a única coisa que inunda seus pensamentos é a sua adversidade. É difícil conviver com pessoas que não dão valor para nada, só para os seus problemas. São pessoas “pesadas”, cansativas. Elcana, o marido de Ana, chegou a perder a paciência com ela, pois sempre a tratava tão bem e ela só chorava pelos cantos, não se alimentava, tinha o rosto sempre triste. A dor não nos deixa reconhecer as coisas boas que temos. A dor de Ana era inflamada pela rivalidade que tinha com Penina, a outra esposa do seu marido. Sempre que temos uma luta, existe uma “coisa” para piorar. Até porque o diabo é especialista em piorar as coisas. A dor de Ana só começou a mudar depois que ela a levou para o altar de Deus. Este texto que lemos só está hoje diante de nós porque um dia Ana colocou sua dor diante do médico de alma, que é para onde devemos levar as nossas dores. Não há dor que não possamos levar para o altar de Deus. Se sua alma está enferma, o médico da alma precisa ser acionado. Aprendemos com Ana três lições:

1. Aprenda onde levar suas angústias para não canalizá-las na direção errada. Enquanto Ana não levou a sua dor ao altar, todo mundo participou disso. Havia pessoas que estavam dispostas a ajudar e outras que estavam dispostas a atrapalhar. Quando não levamos nossa dor ao altar de Deus, a levamos as outras pessoas. Contamos para todo mundo e ninguém consegue resolver, a não ser Deus. Se Deus não suprir nosso coração, o diabo vai mandar alguém que, acreditamos, irá suprir. Quando as nossas carências são projetadas nos outros, as feridas se tornam maiores do que eram antes. Ninguém preenche o coração de ninguém. Quando contamos nossa dor para uma pessoa, no princípio ela pode até chorar conosco. Mas se continuarmos falando no mesmo assunto muito tempo e permanecermos nesse foco, a pessoa já nem vai querer nos ouvir. Aí, começaremos a passar por vítima: “ah, ninguém gosta de mim...” A pessoa certa para cuidar das nossas crises é o Senhor. Não que uma pessoa não possa ajudar, mas ela não pode resolver. Bom amigo é aquele que ora junto conosco e nos lembra que a única pessoa que pode realmente ajudar é Deus.

2. Aprenda a dar ouvidos às boas palavras e a não às más. O momento decisivo na vida de Ana foi quando ela foi a Siló e ali encontrou o sacerdote Eli, usado para abençoar vidas. Ele era uma pessoa com muitos problemas (às vezes, as outras pessoas têm problemas bem maiores que os nossos). Ao ver Ana clamando a Deus, pensa que ela estivesse bêbada e a manda ir para casa.  Ela lhe responde que estava orando. Ele fica constrangido e pede que Deus a abençoe. Ana soube filtrar as palavras do sacerdote, ou seja, recebeu somente a bênção do Senhor e não saiu ofendida com ele por pensar que estava bêbada. Normalmente a gente recebe a primeira palavra e joga fora a segunda. Se Ana não estivesse comprometida com a cura da sua alma, teria saído ofendida e não confiante no Senhor. Muitas vezes entramos na presença de Deus e saímos sem confiar nEle e ainda ofendidas com o irmão que não tem nada com nosso problema. Ou você nunca parou de buscar a Deus porque uma irmã lhe fez um desaforo? O ser humano é capaz de abandonar Deus por causa de alguém que lhe fez um desaforo. Importa o que vem da boca do Senhor e não da boca de outros. Deus estava tratando da alma de Ana e ela aprendeu a lição. O apóstolo Paulo nos ensina e julgar todas as coisas e reter só o que é bom.

3. Aprenda a confiar em Deus enquanto desfruta das coisas boas que Ele já deu. A marca final da cura da alma de Ana é quando ela se levanta da oração e um fenômeno acontece em seu rosto: já não estava mais abatido. A cura da alma de Ana não veio quando Samuel nasceu, mas quando ela confiou no Senhor. Aí ela comeu e o seu rosto já não era triste. Coloque o seu problema nas mãos de Deus. A cura da sua alma pode vir antes de sua oração ser atendida. Ela vem com o fim do vitimismo. A cura da alma vem quando descobrimos o amor de Deus, e com a coragem de seguir em frente apesar da falta de solução.

Mensagem pregada pelo Pr. Marcelo Gomes no culto das mulheres do dia 16/05/2012 da IPI de Maringá.