quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Sucesso nos Relacionamentos - Sermão do Monte **Regra de Ouro**

(Mateus 7:7-12)

Quando aprendemos a orar, pedindo a Deus que seja feita a Sua vontade e não a nossa, descobrimos que a vontade de Deus é exatamente tudo o que queríamos. O que buscamos em cada oração que fazemos? Que todas as bênçãos desejáveis para a vida se cumpram em mim, de modo que eu tenha paz, alegria, sabedoria, relacionamentos saudáveis, que eu seja feliz. E Deus, o que quer para nós? Não é tudo isso e mais um pouco? Quando Jesus disse: Eu vim para que vocês tenham vida e a tenham em abundância, Ele falava de uma vida plena, com intimidade. Mas nós construímos um caminho, por nossa própria vontade, o qual achamos que vai nos trazer felicidade. Em Isaías, Deus fala: Os meus caminhos não são os seus caminhos; nem os meus pensamentos são os seus pensamentos. E assim como o céu é distante da terra, os meus caminhos são muito mais elevados que os caminhos de vocês e os meus pensamentos muito mais altos que os pensamentos de vocês.
O amor é uma das necessidades que todo ser humano tem. A criança aprende cedo a relação entre a sua necessidade e o amor. Basta chorar e logo a mãe vem atender. Assim, ela entende que toda vez que a mãe vem e atende a sua necessidade, isto é o amor da mãe. Crescemos e continuamos a entender o amor a partir de certos suprimentos. Mesmo quando adultos, temos dificuldades em entender que o amor que não é cercado de atitudes que preencham nossas carências. Quando conhecemos Deus, levamos a Ele essas carências e queremos que nos atenda. Se não atende, sinto no meu íntimo que não sou amado como gostaria. E quem não se sente amado se culpa, achando que Deus não o ouve. Pensa que os problemas são castigo por coisas erradas que tenha feito.
Como corrigir isso? Precisamos sair desse esquema de ter a nossa necessidade atendida, e ver que o propósito de Deus para a nossa vida é todo baseado no amor. Deus me ama sempre, quando atende as minhas necessidades e quando não as atende, porque Ele tem algo melhor para mim. Descubro que o Deus de amor é capaz de dizer sim e dizer não. Qual o pai que só diz sim ao filho que ama? Às vezes um não é mais prova de amor do que um sim. Jesus diz: Qual o pai que, se o filho pedir uma coisa boa vai lhe dar uma coisa ruim? Vocês que são maus sabem dar coisas boas, quanto mais o Pai dará coisas boas!
Precisamos inverter a nossa lógica a partir da convicção de que Deus nos ama e sabe o que é melhor para nós. Se Ele está dizendo não e se uma porta fechou é porque não era este o caminho. Pedi e dar-se-vos-á significa que Deus está no controle! Ele o ama e quer o melhor para você, confie nele! Bata e Deus sempre abrirá a porta, porque na casa do Pai somos sempre bem-vindos, ainda que seja para receber sermão e ficar de castigo. A paz que eu sempre quis agora sinto, a alegria que sempre desejei agora eu a tenho, e a felicidade que eu achava que era um lugar distante agora é a experiência do caminho! Agora estou bem porque Deus me ama e recebo dEle esse amor todos os dias. Eu peço e Ele me dá, busco e encontro, bato e a porta se abre. Agora posso fazer isso pelos outros.
O versículo 12 do nosso texto só faz sentido nesta lógica: Tudo o que você quer que alguém faça por você, faça primeiro por ele. Usando a mesma lógica, agora você entende que Deus vai fazer na sua vida tudo para que você perceba o quanto é amado por Ele, e era isso que, no fundo, você queria. Agora você vai ajudar o outro a descobrir o quanto ele também é amado por Deus. Conhecendo esse amor, se o outro o ofendeu, você perdoará porque está vivendo o perdão de Deus na sua própria vida! Ninguém dá o que não tem. Se você não tiver convicção do amor de Deus na sua vida, continuará procurando esse amor na vida do outro, o que é a ruína na maioria dos relacionamentos. Cada um procura o amor no outro, que não pode dar, pois também está procurando esse amor.

A pergunta é: você crê que Deus o ama? Se você crê nisto, você pode ser uma bênção para as pessoas que estão ao seu redor. Você pode ajudar os outros a se descobrirem amados também. 
É gente que se sabe amada ajudando gente a se descobrir amada. 

Mensagem pelo Pr. Marcelo Gomes no culto das mulheres da IPI Maringá em 14/10/2015.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Matar ou morrer!

(Mateus 5:21-22)

 “Vocês ouviram o que foi dito aos antigos: não matarás; e quem matar estará sujeito a julgamento. Mas eu lhes digo que qualquer que se irar contra o seu irmão estará sujeito a julgamento. Qualquer que dirá a seu irmão: racá, será levado ao tribunal; e qualquer que disser: louco, corre o risco de ir para o fogo de inferno”.

Uma das marcas da mensagem de Jesus é a capacidade que ele teve de superar o óbvio e nos chamar a níveis mais profundos de intimidade com Deus. Existem algumas coisas que qualquer um pode fazer, independentemente do que pense ou creia. Outras só poderemos fazer com a ajuda de Deus. A bíblia diz que qualquer um é capaz de amar uma pessoa amável, querida, até o pagão, aquele que não crê em Deus. Mas amar o inimigo, só cristãos são capazes de fazê-lo, porque precisarão da ajuda do Senhor para conseguirem isso. No texto acima, Jesus não tinha uma plateia de assassinos, mas de gente simples, pessoas pobres e rejeitadas pela sociedade, com baixo poder de resistência e autodefesa. Insistir com aquelas pessoas que matar é errado não era exatamente o objetivo de Jesus. Queria superar esse limite e estabelecer uma relação mais profunda. Se alguém se irar contra outro, já estará sujeito ao julgamento. A partir do NT não é só quem mata que vai para o julgamento, mas quem se irar ou disser racá estará sujeito a um tribunal. E se disser louco, estará sujeito ao inferno. E aí que Jesus nos deixa com algumas questões muito estranhas e difíceis de lidar. É como se Ele dissesse que à medida que a ofensa diminui de intensidade, a punição aumenta. Por que Jesus estabelece a ira como um problema?
O apostolo Paulo escreveu “Irai-vos, mas não pequeis”. As pessoas que mais nos provocam a ira são aquelas que mais perto estão de nós. O problema acontece quando a relação atinge um ponto absolutamente inaceitável, a ira vem como uma resposta de quem está percebendo que, se for para continuar assim, o relacionamento irá morrer, será destruído. A ira não é pecaminosa em si mesma, mas não pode me levar a agredir, ofender ou negociar valores que trago comigo. A ira sem motivo tem dois níveis. O primeiro é aquele em que a pessoa não fez nada para que nos iremos com ela. O outro é aquele embora se tenha um motivo, a ira é desproporcional ao motivo. Não quer dizer que o motivo não exista, mas a ira é infinitamente maior do que o motivo sugere. Então o julgamento é necessário. É aquele que acontece dentro de nós, onde o próprio Espírito Santo nos mostra que, se continuarmos com o caminho da ira, não só não resolveremos o problema do relacionamento como também pioraremos a situação. Quem se ira tem que estar sujeito ao julgamento de Deus.
Jesus continua. E se alguém disser ao seu irmão racá? Racá é uma palavra hebraica que vem de uma onomatopeia (uma palavra imita um som). Racá nasce do som que alguém faz quando vai escarrar. Na língua hebraica esse xingamento é direcionado a pessoas que gostaríamos de expelir da nossa vida. É quando a ira ultrapassou o limite e se caracterizou como ódio. Não é mais um amor ferido, mas uma auto-estima ferida que me leva a desejar que essa pessoa saia da minha vida, desapareça, para que eu não adoeça. Jesus disse que, quem fizer isso estará sujeito ao tribunal. O julgamento será mais elaborado e você terá menos chance de escapar porque você não está mais indignado com os rumos ruins do relacionamento, mas comprometido com o fim dele.
A terceira situação que Jesus descreve é quando alguém disser louco. Em aramaico, língua na qual Jesus pregava, a palavra “louco” é usada para descrever uma pessoa vã, do tipo tão ignorante, que não merece nada mais do que nosso desprezo. O que parece que Jesus quer tratar aqui é esse caminho que nos leva à ruptura nos nossos relacionamentos. Primeiro é a ira como percepção de que alguma coisa não vai bem. Depois vem o ódio, que é a sensação de que aquele relacionamento ultrapassou os limites e agora está fazendo mais mal do que bem. E finalmente a indiferença, que faz com que o relacionamento seja decretado como ponto vencido na minha vida, dentro de mim essa pessoa já morreu. O contrário do amor não é ódio, mas indiferença. A indiferença é o ápice do processo de ruptura. Pessoas indiferentes são como homicidas. Se o Sermão do Monte é o segredo do sucesso nos relacionamentos, aqueles que lutam contra os relacionamentos de modo a destruí-los, são semelhantes a assassinos. Estão matando as pessoas, não fora, mas dentro de si mesmas.
Mediante esse processo, o que fazer? Se sei que o caminho em que estou me levará a um lugar que não quero ir, o que posso fazer para não entrar nele? Essa estrada é quase que obrigatória, parece que todos os cruzamentos me fazem cair nela. Qual o remédio para não cairmos neste caminho? Queremos sugerir três:
1º. Empatia, que tem em sua raiz a palavra “pathós”, que significa sentimento ou sensibilidade. É a capacidade de ser afetado. Essa é uma das grandes características de Deus, a capacidade de ser afetado por nós. O que acontece com Deus na cruz é o supremo afeto que nós causamos na divindade, a ponto de morrer, padecer por nós. A divindade grega é impassível, porque quem não ama, não sofre. Só sofre quem ama. Deus sofre porque ama. Então, “pathós” divino é a capacidade que Deus tem de se importar. Quando alguém consegue ter empatia, dificilmente o outro vai lhe provocar ira. A empatia é o antídoto da ira. Empatia é a capacidade de, antes de pensar o que eu gostaria de dizer para essa pessoa, me coloco no lugar dela e penso o que ela gostaria de ouvir. Se estou no seu lugar, estou ocupado com você e quero ajudá-lo; quem quer ajudar não perde as estribeiras.
2º. O perdão é o antídoto para o ódio. Pedro perguntou a Jesus: “Mestre, até quantas vezes devo perdoar o meu irmão? Até sete?” Vamos falar a verdade, sete vezes é muito, não é? Mas não são só sete... Jesus disse para perdoar setenta vezes sete, 490 vezes! Quando você pergunta até quando perdoar, você está perguntando quando terá motivos suficientes para não mais querer uma pessoa na sua vida, ou quando terá motivos para o seu ódio ser justificado. A resposta de Jesus foi até 490 vezes, o que é o mesmo que nunca!
3º. O amor é o antídoto da indiferença. E aí eu preciso reconhecer que não sou capaz de amar, eu preciso de Deus. A pessoa que me irou a ponto de eu perder o controle, me prejudicou a ponto de eu odiá-la e achar que a minha vida é melhor sem ela... eu tenho que amá-la? Aí faz sentido ouvir que eu tenho que amar o inimigo, porque essa pessoa que me levou a odiá-la, já virou minha inimiga. Então Jesus fecha esse link dizendo: “Ame o inimigo”. Este é o sucesso dos relacionamentos. Ou o relacionamento é bem-sucedido ou um assassinato vai acontecer. E eu não sou capaz de amar o inimigo, eu preciso do amor de Deus.

Mensagem do Pr. Marcelo Gomes no culto das mulheres em 06/05/2015 na IPI Maringá.

sábado, 8 de agosto de 2015

Sigam-me os maus

(Mateus 5:10)
Falar “felizes os que sofrem” no alto de sua comodidade pessoal é uma coisa, outra é dizer isso em situação de sofrimento. Jesus disse “felizes os perseguidos por causa da justiça”, porém jamais na história alguém foi tão perseguido por causa da justiça. Quando olhamos para a Sua vida e ministério, como as pessoas reagiram a tudo que fez e falou e o fim que lhe prepararam, não é possível ignorar o quanto o ser humano consegue ser mau. Olhar para tudo que aconteceu com Jesus é, de algum modo, perceber que essa lógica da vida nem sempre é como gostaríamos que ela fosse. Sendo Jesus, o maior entre todos os perseguidos, torturados e injustiçados a dizer estas palavras: “Felizes os perseguidos por causa da justiça, pois deles é o Reino dos céus”, nós precisamos ouvi-las. É importante que entendamos o que é uma perseguição, que é diferente de punição. Não é perseguição quando você castiga e disciplina seu filho por causa de notas baixas no boletim. É disciplina. Perseguição é quando, pelo simples fato de você viver um estilo de vida próprio, você se torna um incômodo para alguém que não consegue conviver com você e precisa eliminá-lo do contexto ou infringir sobre você grande sofrimento. São três as razões pelas quais uma pessoa pode ser perseguida pelo simples fato de ser quem é:
1. A pessoa evidencia ou mostra de algum modo a mediocridade do seu perseguidor. Você é elogiada no seu trabalho, mas tem aquela pessoa que está lá há vinte anos, esperando o mesmo elogio, o qual nunca recebeu. Ao invés da pessoa fazer uma autocrítica, ela diz que a culpada é você porque “eu que deveria receber esse elogio, eu que deveria receber essa promoção, estou aqui há muito mais tempo”. E para não lidar com o fato de que a mediocridade lhe tomou conta da alma, vai mirar em você e dizer “Eu não sossego enquanto não te destruir”.
2. Perfil perseguidor de quem tem medo. O medo também está na base da ação perseguidora. Dizemos que a melhor defesa é o ataque. Quantos medos fazem que você transfira para outros os sentimentos ruins que está alimentando no seu coração? O que os fariseus sentiam em relação a Jesus? Tinham medo de que Ele fizesse desmoronar a instituição religiosa: “Vem essas pessoas dizendo que aqui não é mais importante do que ali, que Deus é para todos, que não tem essa de religião, que o Evangelho é mais que isso... E se o pessoal for atrás dele e eu não tiver mais como viver? Vamos matá-lo!”
3. Perfil perseguidor do maldoso. É claro que tem gente maldosa no mundo. O medíocre não gosta de ver a sua mediocridade estampada, o medroso teme que você ocupe lugares que ele acha que são dele e o maldoso tem dificuldade com tudo aquilo que é bom. No mundo existem pessoas más, que não se contentam em ver as pessoas bem, não gostam de ver as coisas caminhando bem e têm ódio daquilo que está bem.
Esse é o perfil perseguidor: mediocridade, medo e maldade. Mas os discípulos de Jesus não são perseguidores. Eles são perseguidos. O que Jesus está sugerindo com esta palavra? Que no mundo, ou você é perseguidor ou você é perseguido.  Quando Jesus disse “Felizes os perseguidos”, a primeira razão que Ele está apontando é esta: os perseguidos não são perseguidores. Se for para escolher um papel nessa relação, já sei o papel que eu quero. A minha escolha é ser perseguido, não perseguir. A segunda razão é porque são perseguidos por causa da justiça e isso também é um motivo de felicidade. Se for para sofrer e ser perseguido, que seja sem merecer. E só é feliz quem, apesar de toda perseguição, ainda consegue ter esperança. O perseguidor não tem a última palavra. A última palavra é do Senhor: “Felizes os perseguidos por causa da justiça, pois deles é o Reino dos céus”. Esta é a razão do o título sigam-me os maus! Quando Jesus estava falando que iria morrer e ressuscitar e Pedro lhe diz “Mestre, nada disso vai te acontecer”, Jesus lhe responde duramente “Afasta-te de mim satanás. A palavra grega que traduzimos por “afasta-te” é o mesmo verbo que aparece quando Jesus diz “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a cada dia a sua cruz e siga-me”. O que Jesus está dizendo ao diabo não é “afasta-te”, “siga-me, persiga-me, venha me pegar”. É como se Jesus estivesse desafiando satanás ali representado por Pedro: “Você acha que pode me destruir ou me tirar do plano de Deus? Venha atrás de mim”. Qual a maior infelicidade do perseguidor? É que ande sempre atrás do perseguido. Jesus vai à frente, e nós com Ele. Um dia seremos recebidos pelo Pai.


Mensagem pregada pelo Pr. Marcelo Gomes no culto das mulheres em 29/04/2015. IPI Maringá.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

"Mansidão segundo Cristo"

(Mateus 5:5) Sermão do monte e o sucesso nos relacionamentos
 
Nosso grande desafio é entender quem a Palavra de Deus chama de manso. Corremos o risco de confundir manso com amansado. O amansado não tem esperança, nem reação ou coragem, não tem opinião, vigor e forças, características tão importantes para a vida. É aquela que recebe tudo o que a vida oferece, passivamente. É politicamente correto no seu modo de se comportar, mas não ama, não crê, não tem convicções sólidas, simplesmente se deixa apagar. Esse não é o tipo pessoa que a bíblia chama de mansa. Vejamos o exemplo de Moisés, que foi chamado o homem mais manso que pisou a face da terra. Sua mansidão incluía quebrar as tábuas da Lei, ferir a rocha com o seu cajado, lutar contra os inimigos e todas informações que temos sobre a sua vida. Jesus disse: “Vinde e aprendei de mim que sou manso e humilde de coração”.  Isso não o impediu de virar as mesas dos cambistas, dar chicotadas nos exploradores do templo e desafiar as autoridades dominantes de sua época. 
Para entendermos o que significa mansidão na bíblia vamos buscar o Salmo 37, que é de onde Jesus buscou a declaração que fez no Sermão do Monte: “Felizes os mansos porque eles herdarão a terra”. Deste Salmo tiramos três lições que mostram quem são os mansos que herdarão a terra. Estes viverão felizes e experimentarão a cura dos seus relacionamentos.
1. Os mansos são aqueles que não se destemperam diante do que está errado. “Não se aborreça por causa dos homens maus e não tenha inveja dos perversos; pois como o capim logo secarão, como a relva verde logo murcharão” (Salmos 37:1-2). O manso consegue identificar o que está errado no mundo sem, no entanto, se conformar. Quem perde completamente o controle quando algo não lhe agrada, esse não é manso. Já o amansado é aquele que, se levar uma bofetada na face, chora, se esconde, rompe, some, se apaga. Os mansos entenderam que, mesmo que todos estejam jogando com as armas da maldade, ele não se deixará levar. Não é olho por olho, mas dar a outra face. Se alguém gritar comigo não me acovardarei, saindo pela tangente, mas perguntarei: “O que está acontecendo?” Uma mãe amansada é aquela que perdeu as rédeas com o filho e não faz mais nada para mudar a situação. A mãe mansa não desistirá do filho, mas continuará investindo na sua vida, segundo os padrões de Deus. A esposa amansada foge das brigas com o marido. A mansa pergunta: “O que está acontecendo?”
 2. Os mansos não se desesperam ante os perigos da vida. Somos uma geração cheia de medos. Medos de perigos, ameaças, temos medo do amanhã. Medo por nossos filhos, por quem amamos... Os mansos sabem que perigos existem, mas Deus continua no controle de todas as coisas e guarda aqueles que são seus. Deus está guardando a sua entrada e a sua saída desde agora e para todo o sempre. A minha vida está segura nas mãos de Deus. Os mansos sabem que sua segurança está no Senhor que fez os céus e a terra, assim sabem que a sua segurança vem de Deus, têm postura equilibrada, sóbria, sabem que não precisam se desesperar. Não se destemperam diante do que está errado, nem se desesperam diante do que é perigoso. “Filhinhos, vocês são de Deus e os venceram, porque aquele que está em vocês é maior do que aquele que está no mundo.” (1 João 4:4)
3. Os mansos não se defendem ante as acusações que lhe são feitas. Veja a declaração do Salmo 37: “Entregue o seu caminho ao Senhor; confie nele, e ele agirá: Ele deixará claro como a alvorada que você é justo, e como o sol do meio-dia que você é inocente” (Salmo 37:5-6). Deus me defende! O manso é aquele que não precisa mais se defender, porque Deus sai em sua defesa. Se tem outro “câncer” em nossos relacionamentos, além do destempero emocional que nos faz agredir, dar o troco para quem achamos que nos agrediu, e do desespero que nos faz disseminar sentimentos ruins àqueles que nos cercam, é a necessidade de nos defendermos o tempo todo. Quando nos defendemos muito, também atacamos muito. Temos a ideia de que a melhor defesa é o ataque. Alguém nos acusou e já estamos completamente preparados para a defesa e, se preciso for, atacar de volta. 
Vivemos em um tempo em que todos estão muito preocupados em defender a si mesmos.  Os nossos relacionamentos estão a ponto de explodir. Marido e mulher têm brigas homéricas porque cada um se defende e ataca o outro. Com pais e filhos acontece o mesmo. Por que não nos calamos? Por que não colocamos a situação em oração diante de Deus? A cura dos relacionamentos passa pela mansidão. Na mansidão, no lugar de usar as armas do mundo, uso as armas que vêm de Deus. É fácil? Não, não é, é um exercício diário. A bíblia diz que felizes são os mansos porque no final eles permanecerão. Os perversos irão sumir. Os ímpios, algum tempo e também não serão mais encontrados. Você procurará e não achará. No mundo ímpio de violência, um vai acabando com o outro, um vai matando o outro. No mundo da mansidão, os relacionamentos vão sendo curados e seguimos em frente. No final os mansos herdarão a terra e se deleitarão na abundância de paz.
 
IPI MARINGÁ - CULTO DAS MULHERES 03/2015 - PASTOR MARCELO GOMES

Relacionamentos - "Mansidão é coragem!"

Relacionamentos  -  Tema:  "Mansidão é coragem!"
 
"Corremos o risco de confundir manso com amansado. O amansado não tem esperança, nem reação ou coragem, não tem opinião, vigor e forças, características tão importantes para a vida. É aquela que recebe tudo o que a vida oferece, passivamente. É politicamente correto no seu modo de se comportar, mas não ama, não crê, não tem convicções sólidas, simplesmente se deixa apagar. Esse não é o tipo pessoa que a bíblia chama de mansa...  ...O manso consegue identificar o que está errado no mundo sem, no entanto, se conformar. Quem perde completamente o controle quando algo não lhe agrada, esse não é manso. Já o amansado é aquele que, se levar uma bofetada na face, chora, se esconde, rompe, some, se apaga. Os mansos entenderam que, mesmo que todos estejam jogando com as armas da maldade, ele não se deixará levar. Não é olho por olho, mas dar a outra face. Se alguém gritar comigo não me acovardarei, saindo pela tangente, mas perguntarei: “O que está acontecendo?” Uma mãe amansada é aquela que perdeu as rédeas com o filho e não faz mais nada para mudar a situação. A mãe mansa não desistirá do filho, mas continuará investindo na sua vida, segundo os padrões de Deus. A esposa amansada foge das brigas com o marido. A mansa pergunta: “O que está acontecendo?”
 
IPI Maringá - Culto das Mulheres 2015 - Pastor Marcelo Gomes

terça-feira, 17 de março de 2015

Viva por fé e não em função das necessidades que se impõem!!

(II Reis 4:38-44)
O texto começa com a declaração de necessidade. Havia fome naquela região, as circunstâncias não eram normais. A vida não estava seguindo o seu curso comum, as coisas não estavam como normalmente deveriam estar. Estavam complicadas, difíceis, adversas porque havia fome naquela região. Esta informação sugere que eram dias em que a vida vinha sendo vivida a partir da necessidade estabelecida.  A vida é vivida em função das nossas necessidades, daquilo que precisamos, daquilo que se impõem sobre nós como obrigação. Quem vive sem comer? O alimento é uma necessidade e o texto diz que não havia alimento. Esses homens estavam vivendo um momento em que a necessidade falava mais alto e era preciso orientar a vida no sentido de suprir as necessidades. Mas aí que os problemas começam. 
1. A necessidade projeta soluções onde, às vezes, as soluções não estão. Eliseu mandou os homens fazerem um ensopado de legumes e um homem saiu para colher legumes. Mas ele acabou encontrando uma planta que dava um fruto que não conhecia. Aí vemos a projeção de uma solução onde ela não está. O homem viu uma planta com fruto e pensou que seria bom para o ensopado. Havia muitos para comer, cem homens. Quando a necessidade orienta a vida, todas as perguntas sérias ficam para outro dia. Este fruto era realmente necessário? Eu preciso, então, ele vai para dentro do meu ensopado. Mas o homem não sabia que aqueles frutos não eram a solução do seu problema, mas a morte do seu ensopado, a tragédia. Trazendo isso para a nossa vida, fazemos o mesmo. Eu preciso de amor, de afeto e carinho, eu preciso de alguém que me trate bem, então vou atrás disso. Porém, posso acabar trazendo para a minha vida aquilo que, ao invés de me fazer bem, só vai me fazer mal. 
2. Na vida orientada por necessidades, necessidade chama mais necessidade. Já havia um ensopado na panela. Aquele fruto não era tudo o que os homens tinham. Eles tinham caldeirão, água, alguns legumes e tinham um ensopado sendo preparado. Mas aquele fruto venenoso acabou com o ensopado e prejudicou a comida que iam comer. O caldeirão já estava lá, o ensopado já estava sendo feito. Veio o homem e jogou aqueles frutos dentro do ensopado e acabou com o ensopado. Quando alguém prova, avisa: “Tem morte na panela.” E já não podiam mais comer. Com o objetivo de satisfazer uma necessidade, criou-se uma necessidade maior. E assim nós vamos. A necessidade só cresce, nunca diminui. Quando a vida é guiada pela necessidade, ela nunca satisfaz porque a necessidade e a satisfação são de mundos diferentes. A satisfação não é em relação à necessidade. Você não está satisfeita porque a sua necessidade foi dirimida, você está satisfeita porque o seu coração é bom. Uma pessoa que tem o coração “doente”, nunca se satisfaz. A necessidade e a satisfação são de mundos diferentes. A satisfação me faz vencer as imposições da necessidade sobre a vida. Eu continuo tendo necessidade. As necessidades fazem parte da vida. É impossível viver sem necessidades. Mas é possível viver a vida sem ser orientado pelas necessidades. O apostolo Paulo disse: “Aprendi estar contente em toda e qualquer situação. Eu aprendi a ter abundância e aprendi a ter necessidade. Eu aprendi a viver num extremo e no outro.” Satisfação é uma questão de alma. 
3. Quando a vida é orientada pela necessidade, as soluções não solucionam. No texto lemos outra história, a de um sujeito que chegou com pães e espigas e os deu a Eliseu. Ele os deu numa época de fome, onde a necessidade se impunha. Eliseu olha para os 20 pães e diz “vamos dividir com todos”. Mas são 100 homens. “Eliseu, não é suficiente! Vamos tentar dividir esses vinte pães por 100 homens? Não é melhor você ficar com os 20 pães?” Na vida orientada pela necessidade, o que vem para solucionar não soluciona porque o medo do amanhã faz com que não vivamos o hoje. O que poderia ser a satisfação da necessidade hoje, eu guardo para quando a necessidade chegar amanhã. Aí vem Eliseu, que é o contrário de tudo isso. Ele é o símbolo da vida orientada pela fé, não pela necessidade. A primeira ação de Eliseu é consertar as coisas. Quando o sujeito joga veneno na panela, Eliseu coloca farinha na panela. Quem está fazendo o milagre é Deus, mas Eliseu está agregando valor. Quem está fazendo a obra é Deus, mas Eliseu está dando um passo de fé. Eliseu está engrossando o caldo. A gente não precisa perder tudo, a gente pode colocar algo que faça a diferença, que possa consertar.
4. Na vida orientada pela fé, podemos compartilhar. Podemos compartilhar até aquilo que achamos que não é suficiente para nós mesmos. Assim, Eliseu compartilha os 20 pães com 100 homens. E quando compartilhamos, a voz do céu diz: “não vai faltar e vai até sobrar.” Jesus disse aos discípulos no Sermão do Monte: “Não estejam ansiosos por coisa alguma. Nem quanto ao que haveis de comer, nem quanto ao que haveis de beber, nem quanto ao que haveis de vestir porque Deus sabe que vocês precisam de todas essas coisas. Busquem em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça e todas essas coisas serão acrescentadas”. Aí você vai conhecer o poder de Deus, que supre todas as necessidades. 
 
Mensagem pregada pelo pastor Marcelo Gomes no culto das mulheres da IPI Maringá em 29/10/2014.

Você é tao importante assim?

 (II Res 5:1-14)

Todos nós conhecemos pessoas que pensam exageradamente bem a respeito de si mesmas. É muito ruim estar perto de alguém que gosta tanto de si mesmo, que é o bom em tudo, sabe tudo e é perfeito em tudo. Quanto mais uma pessoa se propagandeia, tanto mais irrita as outras. Mas então, não importa quão grande e importante você se ache, Deus permite que você passe por situações que não esperava passar. A maior luta de Naamã não foi contra a lepra, mas contra o que a lepra significava na sua vida. O texto começa dizendo que ele era honrado e respeitado. Conduzira a Síria em muitas experiências de vitória nas batalhas e nas guerras. A bíblia diz que o grande guerreiro ficou leproso e teve como maior desafio não tanto a lepra, mas as lições que esta o ensinava:
1. Ninguém é tão importante que não possa ficar mal. Ninguém tem a vida tão boa, tão correta que não possa passar por luta. Ninguém é tão valioso que não possa ter dificuldade. Ninguém é tão especial que não possa passar pelo deserto da vida. Naamã era grande aos olhos de sua nação, mas ficou leproso. Não importa quão longe a gente chegue na vida, nunca haverá um momento em que estaremos isentos das dificuldades. Essa é uma fantasia que nunca se realiza. Você é uma boa pessoa, mas pode passar por lutas. Você é crente em Deus, mas pode passar por um deserto. Você busca a Deus, mas, de repente, a vida sai do trilho. Faz parte da vida, talvez porque Deus queira revelar algumas coisas ao seu coração. A ideia é não reclamar das lutas, mas enfrentá-las com coragem. Não ficar lamentando, mas pedir sabedoria a Deus. “Senhor, o que esperas de mim numa hora como essa? ”
2. Não importa quão grande você seja, sempre pode receber ajudas improváveis. Uma menina israelita trabalhava como escrava na casa de Naamã. Compadecida por ver a doença de Naamã, um dia diz à patroa: “Se o meu senhor conhecesse Eliseu, um profeta que vive em Israel e que serve o Deus vivo e verdadeiro, a vida dele seria outra. Ele seria curado de sua lepra”. É típico do ser humano desprezar os conselhos de pessoas em posição social inferior. Talvez essa mulher tenha precisado superar algum preconceito para acreditar nessa menina, que era rica por conhecer o Deus vivo e verdadeiro. Mas, incrivelmente, aquela patroa a ouve e conta ao seu marido, que também acredita na menina. Naamã vai falar com o rei, que também acredita. Ninguém é tão grande que não possa receber ajuda dos lugares mais improváveis. Não importa quanto dinheiro ou estudo você tem, quantas batalhas nessa vida você já ganhou. Ouça quem Deus está mandando falar com você, em nome de Jesus! Pode sair coisa boa daí. Se você tem sido vítima do seu orgulho, prepotência, arrogância, peça a Deus tirar isso do seu coração. Deus tem colocado gente dEle perto de você, gente que pode abençoar a sua vida e fazer diferença no seu coração. Às vezes, é gente simples e humilde que não teve as experiências de vida que você já teve, mas pode ser boca de Deus na sua vida. 
 
3. Ninguém é tão grande e tão bom que não possa se sentir impotente em algum momento da vida. Naamã conta o que ouviu ao rei sírio, que escreve uma carta ao rei de Israel, enviando Naamã para ser curado da lepra. Quando o rei de Israel lê a carta, se desespera e faz um escândalo tão grande, que a notícia chega até Eliseu. Este pede que enviem o homem até ele, para que todos saibam que existe profeta em Israel. Interessante que, um homem do campo como Eliseu tem menos sentimento de impotência que o rei da nação. Talvez você esteja vivendo um momento de absoluta impotência hoje. Você quer tanto que sua família vá para um caminho, mas ela está indo para outro e você não consegue mudar isso. O sentimento de impotência é o sentimento com o qual a gente mais lida na vida. Queríamos tanto que a vida fosse de um jeito, mas ela acaba sendo de um jeito bem diferente. 
4. Ninguém é tão importante que não possa ser tratado sem pompa ou cerimônia em algum momento da vida. O rei manda Naamã e toda sua comitiva até Eliseu, que apenas envia um menino até eles para dizer a Naamã tomar sete banhos no rio Jordão. Naamã era importante. Fica furioso, pois esperava que Eliseu fosse encontrá-lo pessoalmente e fizesse todo um ritual para invocar a Deus... E Eliseu o manda tomar banho? Deus usou Eliseu para tratar Naamã de um jeito que ele não estava acostumado. É complicado quando alguém não tem postura de servo. Deus nos ensina que não somos tratados do jeito que gostaríamos ou como achamos que merecíamos. Importa que, no final, Deus faça a obra que Ele quer fazer em nossas vidas.
5. Ninguém é tão importante que não possa ceder.  Naamã, que não faz o que Eliseu diz, vai embora. É então que seus servos lhe falam: Se o profeta tivesse pedido algo difícil o senhor não faria? O homem te pediu para tomar banho, só isso.” Naamã ouve os servos e concorda. Nós somos assim. Temos disposição para fazer coisas difíceis e escorregamos nas simples e fáceis. A maioria das curas estão relacionadas a questões simples, que resolveríamos pedindo perdão, perdoando, conversando. Mas nisto tropeçamos. Sempre teremos muita dificuldade com a graça de Deus porque Ele não nos pede nada difícil. Seu Filho Jesus Cristo fez o sacrifício, pagou um alto preço foi lá e tudo o que nos oferece é de graça. Naamã tomou os banhos e no sétimo ficou limpo. Talvez Deus queira que você vá até o final. A sua história ainda não acabou. Você ainda não tomou o sétimo banho. Continue, continue batalhando. Está cansada? O Senhor há de renovar as suas forças. Continue lutando até o fim!

Mensagem pregada pelo pastor Marcelo Gomes no culto das mulheres da IPI Maringá do dia 05/11/2014.