terça-feira, 17 de março de 2015

Viva por fé e não em função das necessidades que se impõem!!

(II Reis 4:38-44)
O texto começa com a declaração de necessidade. Havia fome naquela região, as circunstâncias não eram normais. A vida não estava seguindo o seu curso comum, as coisas não estavam como normalmente deveriam estar. Estavam complicadas, difíceis, adversas porque havia fome naquela região. Esta informação sugere que eram dias em que a vida vinha sendo vivida a partir da necessidade estabelecida.  A vida é vivida em função das nossas necessidades, daquilo que precisamos, daquilo que se impõem sobre nós como obrigação. Quem vive sem comer? O alimento é uma necessidade e o texto diz que não havia alimento. Esses homens estavam vivendo um momento em que a necessidade falava mais alto e era preciso orientar a vida no sentido de suprir as necessidades. Mas aí que os problemas começam. 
1. A necessidade projeta soluções onde, às vezes, as soluções não estão. Eliseu mandou os homens fazerem um ensopado de legumes e um homem saiu para colher legumes. Mas ele acabou encontrando uma planta que dava um fruto que não conhecia. Aí vemos a projeção de uma solução onde ela não está. O homem viu uma planta com fruto e pensou que seria bom para o ensopado. Havia muitos para comer, cem homens. Quando a necessidade orienta a vida, todas as perguntas sérias ficam para outro dia. Este fruto era realmente necessário? Eu preciso, então, ele vai para dentro do meu ensopado. Mas o homem não sabia que aqueles frutos não eram a solução do seu problema, mas a morte do seu ensopado, a tragédia. Trazendo isso para a nossa vida, fazemos o mesmo. Eu preciso de amor, de afeto e carinho, eu preciso de alguém que me trate bem, então vou atrás disso. Porém, posso acabar trazendo para a minha vida aquilo que, ao invés de me fazer bem, só vai me fazer mal. 
2. Na vida orientada por necessidades, necessidade chama mais necessidade. Já havia um ensopado na panela. Aquele fruto não era tudo o que os homens tinham. Eles tinham caldeirão, água, alguns legumes e tinham um ensopado sendo preparado. Mas aquele fruto venenoso acabou com o ensopado e prejudicou a comida que iam comer. O caldeirão já estava lá, o ensopado já estava sendo feito. Veio o homem e jogou aqueles frutos dentro do ensopado e acabou com o ensopado. Quando alguém prova, avisa: “Tem morte na panela.” E já não podiam mais comer. Com o objetivo de satisfazer uma necessidade, criou-se uma necessidade maior. E assim nós vamos. A necessidade só cresce, nunca diminui. Quando a vida é guiada pela necessidade, ela nunca satisfaz porque a necessidade e a satisfação são de mundos diferentes. A satisfação não é em relação à necessidade. Você não está satisfeita porque a sua necessidade foi dirimida, você está satisfeita porque o seu coração é bom. Uma pessoa que tem o coração “doente”, nunca se satisfaz. A necessidade e a satisfação são de mundos diferentes. A satisfação me faz vencer as imposições da necessidade sobre a vida. Eu continuo tendo necessidade. As necessidades fazem parte da vida. É impossível viver sem necessidades. Mas é possível viver a vida sem ser orientado pelas necessidades. O apostolo Paulo disse: “Aprendi estar contente em toda e qualquer situação. Eu aprendi a ter abundância e aprendi a ter necessidade. Eu aprendi a viver num extremo e no outro.” Satisfação é uma questão de alma. 
3. Quando a vida é orientada pela necessidade, as soluções não solucionam. No texto lemos outra história, a de um sujeito que chegou com pães e espigas e os deu a Eliseu. Ele os deu numa época de fome, onde a necessidade se impunha. Eliseu olha para os 20 pães e diz “vamos dividir com todos”. Mas são 100 homens. “Eliseu, não é suficiente! Vamos tentar dividir esses vinte pães por 100 homens? Não é melhor você ficar com os 20 pães?” Na vida orientada pela necessidade, o que vem para solucionar não soluciona porque o medo do amanhã faz com que não vivamos o hoje. O que poderia ser a satisfação da necessidade hoje, eu guardo para quando a necessidade chegar amanhã. Aí vem Eliseu, que é o contrário de tudo isso. Ele é o símbolo da vida orientada pela fé, não pela necessidade. A primeira ação de Eliseu é consertar as coisas. Quando o sujeito joga veneno na panela, Eliseu coloca farinha na panela. Quem está fazendo o milagre é Deus, mas Eliseu está agregando valor. Quem está fazendo a obra é Deus, mas Eliseu está dando um passo de fé. Eliseu está engrossando o caldo. A gente não precisa perder tudo, a gente pode colocar algo que faça a diferença, que possa consertar.
4. Na vida orientada pela fé, podemos compartilhar. Podemos compartilhar até aquilo que achamos que não é suficiente para nós mesmos. Assim, Eliseu compartilha os 20 pães com 100 homens. E quando compartilhamos, a voz do céu diz: “não vai faltar e vai até sobrar.” Jesus disse aos discípulos no Sermão do Monte: “Não estejam ansiosos por coisa alguma. Nem quanto ao que haveis de comer, nem quanto ao que haveis de beber, nem quanto ao que haveis de vestir porque Deus sabe que vocês precisam de todas essas coisas. Busquem em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça e todas essas coisas serão acrescentadas”. Aí você vai conhecer o poder de Deus, que supre todas as necessidades. 
 
Mensagem pregada pelo pastor Marcelo Gomes no culto das mulheres da IPI Maringá em 29/10/2014.

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