segunda-feira, 18 de junho de 2012

A VIÚVA DE SAREPTA: RECEITA DE UM MILAGRE!

(I Reis 17:7-16)


Aprendemos que não importa se estamos envolvidos em grandes questões ou em questões do dia-a-dia. Importa que a nossa vida possa ser uma experiência de milagre, quando cremos em Deus, aquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo que pedimos ou pensamos e cujo nome é glorificado, independentemente do tamanho das nossas questões.
A viúva de Sarepta não teve o seu nome publicado na história, também não protagonizou uma história de abrangência nacional, mas foi uma mulher que aprendeu a confiar em Deus, ao vê-lO agindo em sua vida. Há dois momentos em sua vida, simbólicos e emblemáticos. Num primeiro momento, quando Elias a encontra, ela está apanhando gravetos, olhando para baixo para apanhá-los. Esse “apanhar gravetos” é uma alegoria sobre como muitas pessoas vivem as suas vidas, “olhando para baixo”, olhando para o insuficiente. O pouco mantimento que aquela mulher tinha em casa não daria para sobreviver por muito tempo com o seu filho. Ela só enxergava que não tinha condições de resolver o seu problema, que não podia fazer nada, nem por ela nem pelo seu filho. Ela vivia o comum da vida. Não conseguia enxergar que Deus tinha um propósito em sua vida.
O texto começa dizendo que Deus fala com Elias: “eu ordenei a uma viúva que dê comida a você”. Deus havia ordenado, mas ela desconhecia totalmente a ordem dEle. Ela esperava chegar o fim, a morte. Não conseguia perceber que Deus tinha um propósito para sua vida. Três coisas que essa mulher desprezava: a) Que Deus a conhecia e sabia qual era o seu sofrimento. Mas como ela olhava pra baixo, não enxergava a Deus, se sentia sozinha, desamparada, impotente; b) Que Deus podia mudar a sua situação e fazer com que a comida estivesse em abundância em sua despensa. Deus podia reverter a situação e fazer um milagre em sua vida; c) Que Deus podia usá-la para abençoar outros. Você, consegue perceber essas três realidades em sua vida ou está olhando só pra baixo, catando gravetos?
Elias foi enviado para ensiná-la a “olhar pra cima, a olhar para Deus”. Quando ele lhe pediu um pouco de água, fez um pedido difícil, pois Israel passava por um período de grande seca. E ela precisou abrir mão do pouco de água que tinha para seu consumo. E quando saiu para buscar, Elias lhe pediu também um pedaço de pão. Elias toca agora numa área mais difícil, porque ela tem menos comida do que ela acha que tem de água. Mas, se pensarmos na perspectiva do alto, Elias está fazendo um teste com ela, tentando ver até onde ela é capaz de ir e qual é o seu limite. Nessa hora ela parou, olhou para ele e disse: “meu senhor, o que eu tenho em casa é um pouco de farinha e um pouco de azeite que eu vou fazer para mim e para o meu filho. Nós vamos comer e vamos morrer”. Elias percebeu que chegou ao seu limite. Antes de Deus fazer um milagre em sua vida, Ele vai observar o seu limite. Mas nós queremos o milagre antes do limite. Na verdade, queremos o milagre não como solução, mas como prevenção. Nós desejamos o milagre não como quem confia que Deus vai fazer algo na vida, não para que a glória de Deus se manifeste no meu problema, mas para não passar pelo problema. Essa é a nossa geração, a geração “anestesia”, nenhuma dor, nenhum sofrimento.
 “Não tenha medo!” Essa palavra de Elias é para nós hoje, aqui!  Não tenha medo do limite! Não tenha medo de expor a sua fragilidade diante de Deus! Quem “apanha gravetos” fica com medo dos pequenos insetos que podem estar entre os gravetos! Fica com medo de batalhar com alguém que também está pegando gravetos na direção contrária! Mas quem olha pra cima descobre o Deus que fez as árvores e que é o dono de todas as coisas. Não tenha medo de crer que, aonde o seu limite chegou, o que Deus pode fazer está só começando. Não tenha medo de entregar, de abrir mão, não tenha medo de perder o controle, não tenha medo!...
Como Elias continua testando essa mulher? Depois de ter identificado o limite dela, ele diz: “supere o seu limite! Vá lá, pegue essa pouca farinha e esse pouco azeite, faça um bolo para mim”. Se ela estivesse sozinha, até ela poderia concordar, mas ela tinha um filho. Dar para Elias é tirar do filho para dar para um homem que nunca tinha visto. Elias sabe que Deus está à frente disso, então ele prova essa mulher. Faz com que supere o seu limite, não olhe mais como quem apanha graveto, olhando apenas para o que está ou não está disponível. Se abrirmos nossa despensa, veremos apenas o que está lá. Não podemos projetar alimento nela. Despensa vazia é vazia e ponto. Se eu olhar para a minha despensa, verei o que ela me informa. Se olhar para o céu, verei o que Deus me informa e comunica. A despensa é minha, mas o alimento é de Deus, é Ele que põe na minha despensa. Enquanto essa mulher “apanha gravetos”, ela tem que pensar que o que ela tem em casa é insuficiente. Mas quando Elias diz: “olhe para cima, olhe para Deus”, vai entender que não está tirando da despensa dela, mas da provisão que Deus deu para aquele momento. E se Ele deu para aquele momento, vai dar para o momento subseqüente. O que tenho na minha despensa não é tudo. Isso que ela precisava entender.
Aí vem o teste final de Elias. Uma coisa seria Elias dizer que vai chegar um carregamento de farinha e de jarros de azeite na casa dela. Mas ele diz que não vai faltar farinha no jarro nem azeite na botija, porque isso tem a ver com a provisão diária de Deus. Não é uma questão de “vou dar para eu ter mais do que o que estou dando”, mas é uma questão de “eu vou dar porque não vai faltar”. Elias está propondo um raciocínio de milagre: à medida que eu for tirando, Deus vai pondo. Não é uma troca, é um abastecimento. À medida que Ele quer nos usar vai nos dar mais, porque já aprendemos a confiar nEle. Não para que tenhamos mais, mas para nos usar mais. Creia nisso. Esta é a receita do milagre: olhar para cima, não ter medo dos limites e ainda desejar abençoar as pessoas que estão ao nosso redor. O resto é por conta do Senhor.

Mensagem pregada pelo Pr. Marcelo Gomes no culto das mulheres da IPI de Maringá no dia 06/06/2012.

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