quarta-feira, 1 de agosto de 2012

A VIÚVA DO PROFETA – LIÇÕES SOBRE MILAGRES

(II Reis 4:1-7)

Um texto que fala de milagre, algo que todos nós desejamos e cujas lições precisam ser aprendidas para que ele não seja apenas a solução de problemas, mas seja uma transformação do nosso coração. Milagre é experiência com Deus e muda a vida do ser humano. Todos passam por crises, mesmo as pessoas mais dedicadas e fiéis a Deus passam por lutas e problemas, ter dificuldades que superam as suas possibilidades. É justamente nestes momentos difíceis que conseguimos enxergar o quanto o Senhor é por nós. A Bíblia nos ensina que o sofrimento torna nossa vida um receptáculo favorável ao milagre. É no sofrimento que experimentamos a mão do Deus nos socorrendo e fazendo infinitamente mais do que pensamos ou pedimos. Com o texto aprendemos algumas lições importantes:
1. O ambiente do milagre é a provação.  Antes de reclamar da provação, agradeça, pois ela é o preâmbulo do que certamente Deus está para fazer na sua vida. Essa mulher, que não ficou em condições muito favoráveis quando seu esposo morreu, fez o que a gente costuma fazer quando as coisas não vão bem: procurou ajuda. E ela procurou ajuda no ambiente que achou mais óbvio, o ambiente dos profetas, que era o ambiente do seu marido. Então, foi até Eliseu.
2. A melhor ajuda que podemos receber é a instrução da fé. O texto não diz, mas o que será que ela esperava de Eliseu? Que emprestasse dinheiro? Que fosse falar com o credor? Não sabemos. Mas o que Eliseu fez foi dar uma instrução de fé: dê passos e creia que Deus fará o resto. Se ela vivesse nos dias de hoje, talvez tivesse ficado magoada com Eliseu, porque a nossa sede de milagre se revela na nossa vida como o desejo de que alguém assuma os nossos problemas e os resolva. Não importa quem, se é Deus ou o outro. Porque para mim o milagre é: eu tinha um problema e agora não mais. Nem sempre estamos dispostos a crescer com aquela experiência ou experimentar algo novo de Deus para nosso coração. Eliseu não estava se eximindo de ajudá-la a ela, mas ajudando-a com tudo o que ela precisava, colocando-a diante do Senhor, dando passos de fé, orando, crendo na providência de Deus na nossa vida. O maior milagre não é a solução do meu problema, mas a minha vida prostrada diante do altar. “Entra na tua casa e fecha a tua porta...”, disse Eliseu. Não faz lembrar outro, lá na frente, que diz: “Entra no teu quarto e fecha a tua porta...”.
3. Deus faz o milagre a partir de algo que já temos. Eliseu tinha a revelação de Deus no seu coração quando lhe perguntou: “o que você tem na sua casa?”. Milagre é algo que Deus faz a partir do que já temos. O nosso desejo de milagre nasce a partir da nossa percepção de “ausência”, não da nossa percepção de “presença”. Essa é a inclinação do nosso coração: a “ausência” é fator gerador e intensificador de dificuldade. Deus quer transformar o que temos em suficiente. Mais do que resolver o seu problema, Deus quer tirar do seu coração todo complexo de inferioridade espiritual. Pare de olhar o que você não tem e olhe para Deus! Deus faz o que você tem ser suficiente. Ele criou o universo a partir do “nada”. Ele é o Deus da abundância e quer que entendamos que milagre não vem da abundância de recursos, mas a abundância de recursos vem da confiança que depositamos nEle. O que você tem para colocar diante do altar do senhor hoje?
4. Depois que sabemos o que fazer, as pessoas aparecem.  A partir do momento em que ela creu que a solução estava em Deus, vasilhas não faltaram, porque vasilhas todo mundo tem para oferecer. Quando nos sentimos perdidos não aparece ninguém, mas quando temos foco as pessoas aparecem. Às vezes é Deus mesmo quem “fecha as portas” para entendermos que precisamos dEle. Quando nos dobramos diante dEle, oramos e nos consagramos, as pessoas aparecem com vasilhas, não para resolver nosso problema - porque é Deus que vai fazer a obra – mas para nos abençoar, para nos alegrar. Quem espera uma solução mágica para o seu problema não consegue se alegrar com nada e quem sabe que Deus está no controle da vida se alegra com cada detalhe.
5. Milagre é coisa que, até a gente experimentar, não fica propagandeando. A gente testemunha depois que experimenta, não fica propagandeando antes. Eliseu disse pra ela “fechar a porta da sua casa” quando estivesse com a casa cheia de vasilhas. “Fechar a porta” é um momento discreto, de intimidade entre nós e Deus. Depois que o milagre acontecer você diz, porque Deus não precisa de propaganda, Ele precisa de testemunho. A mulher foi despejando e enchendo vasilhas... Até que as vasilhas acabaram e o azeite secou.
6. Milagre também tem fim. Tem hora que acaba, senão, o último milagre seria vivermos aqui para sempre. Não é assim, não é este o nosso lar. O bom do milagre é que ele acaba, dá lugar para outros problemas. Você foi curada de uma enfermidade há 5 anos e hoje está com problema financeiro. Milagre não existe para termos a vida que gostaríamos de ter, mas para conhecermos a fundo o Deus que já temos. É com Ele que queremos viver. Cada nova luta será um novo motivo para nos apegarmos mais ao Senhor. A botija de azeite não era uma botija mágica, não era um amuleto, não era uma vara de condão, mas só um instrumento que Deus usou naquele momento. E na próxima vez, com certeza, vai usar outro.
7. Milagre é coisa que não isenta a gente de continuar lutando. A mulher volta para perguntar para Eliseu o que fazer. Eliseu a manda trabalhar, vender o azeite. E a vida segue... E ela vai continuar enfrentando problemas. O milagre vem para dizer que, quando precisarmos, Deus estará sempre conosco. Mas lutemos, trabalhemos, vamos em frente.

Mensagem pregada pelo Pr. Marcelo Gomes no culto das mulheres da IPI de Maringá, 20/06/2012.

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