quarta-feira, 28 de novembro de 2012

A VIÚVA E O PODER DA PERSISTÊNCIA

(Lucas 18:1-8)

Neste texto Jesus fala sobre uma viúva que não tem nome e, talvez nem tenha existido de fato, por se tratar de uma parábola. Naquele tempo uma mulher sofria muitos preconceitos. Uma viúva, em especial, sentia-se muito desprotegida. Era alvo fácil de aproveitadores que dela se aproximavam para usurpar da herança recebida do falecido marido. As mulheres não lidavam com negócios, era privilégio dos homens. Essa mulher, em especial, além de viúva, não tinha ninguém que a protegesse. Nem irmão, cunhado ou mesmo um filho. Certamente passava por dificuldades, pois buscava socorro junto ao juiz. Alguém a tinha enganado de alguma forma e agora esperava que o juiz tivesse qualidades necessárias para ajudá-la. Todavia ele tardava a lhe atender. Talvez, por ser corrupto esperava dinheiro dela ou de seu adversário, para resolver a causa. A mulher insistia a ponto de atormentá-lo até ele dizer que resolveria o seu caso, para que não mais voltasse ali. Aí Jesus usa essa pequena história para ilustrar como é importante sermos insistentes com Deus, porque Ele, o Justo Juiz, não tardará em responder as nossas necessidades.
Às vezes, Deus demora em responder nossas orações por alguns motivos: 1º, mesmo demorando, Ele responde; 2º, para que intensifiquemos nosso relacionamento com o Senhor. Vida de oração com Deus não é apenas agradecer pela comida e pela saúde. Muitos de nós fazemos da oração um “pedir” ou um “agradecer” – geralmente pedir. A oração deve ser um diálogo com Deus, onde nos abrimos com intimidade apesar de sabermos que Ele já conhece o que está em nosso coração; 3º, para desenvolvermos a nossa meditação, não só na Palavra, mas no problema em si. A demora nos ajuda a refletir sobre as circunstâncias e o porquê das coisas que estão acontecendo. Essa parábola contada por Jesus nos ajuda a entender que há um poder especial na persistência. Não é um poder relacionado à auto-ajuda tipo “eu posso”. É para insistirmos com Deus assim como essa mulher atormentava aquele juiz, até o ponto em que ele resolveu responder. Com ela aprendemos três lições que devemos seguir se quisermos receber resposta da nossa oração:
Primeira: Não importa o quanto demore. Importa que eu não desista. Oração é um hábito. Assim como há um hábito de alimentar nosso organismo para sermos saudáveis, há também um hábito de oração, que nos leva a ficar saudáveis espiritualmente, mais íntimos de Deus, recebendo dEle as respostas necessárias para os nossos problemas. Precisamos desenvolver o hábito de orar. Oração constante traz saúde espiritual para nossa vida. Vida com Deus é um exercício. Amar é um exercício. Como o marido vai ser transformado se a esposa deixou de amá-lo, se ela não exercita mais o amor por ele e se não intercede mais por ele? O amor é muito mais um exercício do que um sentimento. Temos falado disso constantemente nas quartas-feiras. É uma decisão de ver transformações acontecendo na nossa vida.
Segunda: Não importa a minha justiça, importa a justiça de Deus. Quem julga melhor, eu ou Deus, que está em todos os lugares e vê todas as coisas, inclusive o coração de todas as pessoas? O julgamento que fazemos das pessoas nos leva a tomar decisões e muitas vezes sofremos as conseqüências por termos julgado errado e tomado decisões erradas.
Muitos julgam as pessoas pela aparência! Quantas vezes julgamos os nossos filhos pelo jeito que eles agem, esquecendo que um dia também já fizemos algo pior! Precisamos aprender a colocar nas mãos de Deus e confiar que só Ele vai fazer o certo. Nossa justiça, muitas vezes, exige respostas favoráveis e imediatas. Isaias 59:1 diz: “Eu sou o Senhor e a minha mão não está encolhida para que não possa dar e nem os meus ouvidos tapados para que não possa ouvir.” Deus não se prende em nossa dimensão de tempo e espaço. Se Ele está em todos os lugares ao mesmo tempo, não mede o tempo como nós, que só podemos estar aqui agora. Deus vê tudo e sabe tudo, desde o momento que nascemos até aquele em que não estaremos mais aqui. Sua justiça é perfeita. Alguém já pediu laranja para Deus e Ele deu jiló?
Terceira: não importa que eu acredite. Importa que eu creia. Podemos acreditar em tudo, até em coisas que não existem. Mas a questão não é acreditar, a questão é “crer”. A pergunta que Jesus faz aqui incomoda, porque Ele diz: “quando vier o Filho do Homem, achará fé na terra?” Parece uma pergunta irônica, mas Ele está dizendo que “quem tem fé continua insistindo”. A fé não é uma crença, um sistema religioso, uma oração especial. É a fé que alimenta o nosso desejo de orar.   É uma fé de que Deus vai nos abençoar. A palavra “acreditar” significa dar crédito. A palavra “crer” significa confiar no que é verdadeiro. Há uma diferença. Não precisamos dar crédito a Deus ou depositar algo para que Ele nos dê alguma coisa. Temos que crer e confiar que Ele é verdadeiro e que verdadeiramente nos atende. Não devemos fazer da nossa luta espiritual e das nossas orações uma barganha com Deus. Tudo é dEle! A Bíblia diz: “confia no senhor e faze o bem”; “Confia no senhor e tudo o mais Ele fará”, “sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem dEle se aproxima precisa crer que Ele existe e que recompensa aqueles que O buscam.” Se os motivos que a têm levado a DEUS, são genuínos, Ele certamente já ouviu na primeira oração. Continuar orando vai ajudá-la a desenvolver uma vida de confiança no Senhor. Se um juiz iníquo e corrupto atendeu uma viúva que não tinha quem intercedesse por ela, quanto mais Deus, que ama os Seus escolhidos.

Mensagem pregada pelo Pr. Natinha - 1ª IPI de Maringá no culto das mulheres, 31/10/2012.

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