quarta-feira, 21 de novembro de 2012

MARTA E MARIA

(Lucas 10:38-42)

O texto nos ajuda a refletir sobre o que temos feito com o tempo que Deus tem nos dado, por que fazemos o que fazemos durante a nossa vida. O pano de fundo para tudo que lemos neste texto é o discipulado. Jesus envia setenta discípulos para pregarem e, ao retornar ficam abismados pelo que estava acontecendo pelo uso do nome de Jesus. Eles estavam maravilhados. Mas Jesus fica preocupado com isso. É interessante porque Jesus não apenas falava aos discípulos, mas procurava situações para que os discípulos colocassem em prática tudo que Ele lhes estava ministrando. E a grande questão é por que Jesus se desloca com os discípulos para a casa de Marta e Maria? O que será que queria ensinar sobre discipulado? Discípulo é aquele que segue a disciplina de alguém. Os discípulos foram chamados assim porque atenderam ao chamado do Mestre Jesus e agora os Seus ensinamentos começam a ser colocados em prática ou em xeque, em muitas circunstâncias de sua vida.
Estar sentado aos pés de Jesus – e esta expressão significava sentar-se para ouvir alguma coisa (o professor para com o aluno é uma relação de discipulado, de ensino). Maria senta-se aos pés de Jesus no sentido de ansiar por um ensino que transformasse a sua vida. Por que ela sabia que isso era essencial. Marta e Maria eram irmãs de Lázaro, o que foi ressurreto por Jesus, era uma família muito amada por Jesus. Marta e Maria se preparavam para receber Jesus. Quando Ele chega, Maria se assenta ao seu lado e Marta continua nas arrumações da casa. Jesus começa a ensinar. E Marta continua e trabalhar. Ele olha pra Marta e descobre coisas escondidas naquele ativismo maluco, talvez até um comportamento religioso. Jesus começa a olhar para o coração daquela mulher, porque talvez uma pessoa como nós olhasse para aquela situação e criticasse Maria e não Marta. Que mulher folgada! Talvez haja pessoas com esse coração: Parar para orar? Parar para ouvir a Palavra? Que absurdo! Maria está aos pés de Jesus e Marta começa a ficar aflita. Olha aquela situação e começa a ficar revoltada, porque talvez o que Marta talvez quisesse era o reconhecimento do seu trabalho. Talvez um vazio que precisava ser preenchido, uma baixa auto-estima que precisava ser tratada. Veja se nós não somos assim. Queremos aceitação por tudo que fazemos. Porque é que nós fazemos o que fazemos? Esta é uma boa pergunta, sempre. Por que oramos? Porque vamos à igreja? Por que lemos a palavra? Por que vamos em direção aos menos favorecidos, por quê? É porque queremos ser salvos? Se estivermos condicionando a nossa salvação àquilo que nós podemos fazer, tem alguma coisa errada na nossa fé. Em Efésios diz que “pela graça sois salvos, mediante a fé; e isso não vem de vós, é dom de Deus. Não das obras, para que ninguém se glorie”. Eu faço o que faço porque já tenho a salvação, não porque quero conquistá-la. O que eu faço é por amor ao meu Deus, não para conquistar qualquer coisa. Eu não jejuo para fazer uma chantagem emocional com o meu Deus, mas para que a minha vida seja mortificada e eu tenha mais sensibilidade à voz do Espírito na minha vida. Eu consagro cinco semanas de oração não porque Deus vai me olhar e me presentear com o que eu peço. Não! Nesse processo eu me aproximo mais de Deus, Ele se revela a mim e eu tenho satisfação nEle. Maria talvez tivesse descoberto isto mais cedo do que sua irmã, Marta. Tinha satisfação aos pés de Jesus. O que é que rouba a minha paz? O que me gera ansiedade? Marta estava extremamente ansiosa, não conseguia aquietar o seu coração. A revolta invade a vida de Marta e ao invés de esperar as coisas acontecerem, ou então conversar com Maria ao pé de ouvido, ela chega a Jesus e diz: você não vai fazer nada? Eu aqui me matando de trabalhar e ela aí, sentada? Jesus então responde: Marta, Marta você está preocupada com tantas coisas quando apenas uma é necessária. A vida nos consome. Estamos numa roda viva. Jesus sabe que se apenas lidarmos com as coisas urgentes da nossa vida, o discipulado não vai ser da forma com que tem que ser. Não seremos verdadeiros discípulos de Jesus. Precisamos parar para ouvi-lO falar.
Lições do nosso texto: Primeiro: precisamos organizar nossa vida e colocar isso diante de Deus, para que o mais importante e não urgente venha primeiro. Tudo que fazemos, é claro que precisa ser feito, mas o que é mais importante em relação à nossa vida eterna? O que a gente faz no dia-a-dia acaba roubando nossa paz, nos tornando ansiosos, porque antes de fazê-lo, não consagramos isso ao Senhor. Somos do tipo que fazem planos e depois pedem para Deus abençoar o plano. O certo é pedir que Deus nos dê os planos abençoados, os planos que Ele já tem para nós. Ele não é um assistente, mas é quem dirige nossas vidas. Maria percebeu e entendeu que isso só vinha através de uma vida de legitimo discipulado aos pés de Jesus. “Venham a mim todos os que estão casados e sobrecarregados e eu os aliviarei”. Maria sabia que todo seu medo e toda sua ansiedade precisavam ser colocados aos pés de Jesus.
Segundo: precisamos nos dirigir a Deus de maneira correta em meio às nossas crises e pressões. Não podemos olhar para Deus com o dedo em riste, perguntando: “Por que o Senhor deixou isto acontecer?” Precisamos aprender a falar com Deus sem arrogância. É isto que o texto está nos ensinando. Jesus queria que Marta tivesse a mesma atitude de Maria, que aprendesse antes para que não colhesse consequências ruins depois, que soubesse que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que O amam. E que Ele pode fazer infinitamente mais do que tudo que pedimos ou pensamos. Não podemos ter uma atitude religiosa apenas por rito! Jesus veio para que tivéssemos vida e vida em abundância! Vida com significado, vida feliz! Precisamos ter o coração aberto para correção de Deus. Precisamos ouvir a voz do Senhor – que às vezes vem através de um irmão, que diz certas verdades com amor “ágape”. Precisamos ser profetas do Senhor para corrigir e amar os que Deus colocou ao nosso redor. O que rouba a nossa paz? O que tem roubado a possibilidade de nos aquietar na presença de Deus? Deus procura adoradores que O adorem em espírito e em verdade. Marta sabia, mas na hora de colocar em prática era complicado. Marta precisava aprender a estar aos pés de Jesus todos os dias e ter o vazio do seu coração preenchido com a única coisa que realmente pode preenchê-lo, Jesus.

Mensagem pregada pelo Pr. Oldrey no culto das mulheres da 1ª IPI de Maringá, 17/10/2012.

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